OMS defende inclusão de alerta de câncer em bebidas alcoólicas na Europa
Publicada em
Por Emma Farge
GENEBRA (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta sexta-feira novas descobertas acerca de uma “alarmante” falta de compreensão da população sobre a ligação entre o álcool e o câncer na Europa, defendendo a adoção de avisos como os encontrados em maços de cigarro na região que tem os maiores níveis de consumo de álcool do mundo. A agência global de saúde tem alertado repetidamente que o álcool causa câncer e defende uma divulgação clara da questão, mas nunca foi tão efusiva em seu pedido para que haja novas regulações governamentais sobre o tema. Mais cedo este ano, o cirurgião-geral dos Estados Unidos pediu que avisos sobre risco de câncer fossem incluídos nos rótulos de bebidas alcoólicas. O álcool é responsável por 800 mil mortes na Europa todos os anos, mas apenas uma fração da população tem conhecimento sobre os riscos, disse o escritório europeu da OMS. Um estudo do órgão descobriu que apenas 15% dos entrevistados sabiam que o álcool poder causar câncer de mama, e 39% conheciam a relação entre os produtos alcoólicos e o câncer de cólon. “Apesar de o câncer ser a maior causa de mortes atribuídas ao álcool na União Europeia (UE), o conhecimento público sobre a ligação entre o álcool e o câncer permanece em níveis alarmantemente baixos”, afirmou a OMS. Confiar na autorregulamentação, como a indústria quer, traz o risco de que os fabricantes de álcool usem 'abordagens discretas e mensagens ambíguas' ou adotem apenas códigos QR que tendem a ser ignorados pelos compradores, disse.
Em vez disso, as bebidas alcoólicas devem exibir 'alertas de saúde claros e destacados' em formato escrito, que podem ser combinados com imagens 'para maximizar o alcance e capacitar os consumidores com informações claras e precisas para que façam boas escolhas sobre sua saúde', disse. Atualmente, apenas três dos 27 países da UE -- França, Lituânia e Alemanha -- têm algum tipo de aviso no rótulo, segundo a OMS.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO