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ONS prevê déficit de potência em pelo menos um mês de 2026 e faz novo alerta sobre leilão

ONS prevê déficit de potência em pelo menos um mês de 2026 e faz novo alerta sobre leilão

Reuters

08/07/2025

Placeholder - loading - Torres de transmissão de energia 11/10/2021 REUTERS/Cesar Olmedo
Torres de transmissão de energia 11/10/2021 REUTERS/Cesar Olmedo

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil pode ter déficit de potência no sistema elétrico nacional em ao menos um mês do final de 2026, segundo análise divulgada nesta terça-feira pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que reforçou seu alerta para a necessidade de realização pelo governo de leilões anuais para contratação de reserva de capacidade.

O atendimento de potência passou a ser um dos principais desafios da operação do sistema brasileiro nos últimos anos, em meio ao crescimento acelerado da energia solar na matriz nacional, e principalmente nos horários de pico de consumo.

A fonte solar garante importante volumes de geração ao longo do dia. Mas, quando deixa de produzir no final da tarde, exige que outras usinas -- hidrelétricas ou termelétricas -- 'compensem' essa queda e assegurem a estabilidade do fornecimento de energia aos consumidores.

Divulgado nesta terça-feira, o Plano da Operação Energética (PEN) 2025/2029 aponta 'em todos os cenários' déficit de potência em pelo menos um mês ao final de 2026, sendo agosto, setembro e outubro os meses mais críticos do período avaliado, segundo relatório do órgão do setor elétrico.

O ONS ressaltou que alguns recursos não foram considerados nessa análise e podem ser mobilizados para evitar o problema de potência, entre eles a implementação do horário de verão, importação de energia da Argentina e Uruguai e o acionamento de usinas termelétricas que hoje estão sem Custo Variável Unitário (CVU) válido.

Apesar disso, o ONS reforçou a importância de o país começar a contratar reserva de capacidade ao sistema elétrico por meio de leilões anuais, a fim de buscar um 'busca do equilíbrio estrutural' para o atendimento de potência.

O alerta já havia sido feito pelo ONS no ano passado, quando o Ministério de Minas e Energia ainda planejava a realização de um leilão do tipo para 2025. O certame acabou cancelado após disputa judicial entre interessados, e ainda não há uma definição sobre quando poderá ocorrer.

Diante do cancelamento do leilão, e para evitar problemas no atendimento de ponta este ano, o governo recorreu à antecipação de contratos de termelétricas que só iriam entrar em vigor em 2026. Foi autorizado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) a antecipação de 2,2 GW em contratos do único leilão de reserva de capacidade realizado no Brasil, em 2021.

'... Os resultados deste relatório mostram um aprofundamento do déficit estrutural para atendimento ao requisito de potência e, conforme já alertado pelo Operador anteriormente, nos fazem recomendar ao Poder Concedente que organize tempestivamente leilões anuais para contratar recursos para aumentar a oferta do atributo potência', disse Alexandre Zucarato, diretor de Planejamento do ONS, em comunicado.

O ONS apontou ainda a necessidade de despacho adicional de geração térmica para atendimento de potência no período seco de 2025 e no ano de 2026.

Ainda no relatório, o órgão estimou um crescimento anual da carga de energia no Brasil de 3,4% nos próximos anos, em média, atingindo cerca de 94,6 GW médios em 2029.

Já a capacidade instalada no país deverá ter um acréscimo de 36 GW, totalizando 268 GW ao final do período de planejamento, já considerando a geração distribuída de energia -- pequenos sistemas solares instalados no ponto de consumo ou próximo a ele, como telhados e fachadas solares.

O ONS também voltou a falar em 'controlabilidade' da geração distribuída. 'É importante avançar nas discussões relacionadas à controlabilidade dos recursos de geração distribuída conectados às redes de distribuição, de forma coordenada com o ONS, de modo a eliminar sobreofertas no meio do dia'.

(Por Letícia Fucuchima)

Reuters

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