Onyx diz que não há 'ruído' entre Bolsonaro e Guedes e não haverá ruptura em reforma da Previdência
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BRASÍLIA (Reuters) - O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta sexta-feira que não há 'ruído' entre o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, em torno de eventuais mudanças nas regras previdenciárias e destacou que não haverá 'ruptura' na reforma da Previdência a ser proposta do governo.
Onyx disse que o presidente quis dar uma 'tranquilidade' à população quando afirmou, em entrevista na véspera, que a idade mínima para as aposentadorias dos homens poderia ser de 62 anos e das mulheres, de 57 anos a partir de 2022. O ministro indicou que a proposta de adoção da idade mínima na reforma valerá para servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.
Ao mesmo tempo que a idade mínima apontada por Bolsonaro é mais baixa do que a prevista na reforma do ex-presidente Michel Temer --que propunha 65 e 62 anos para os homens e mulheres--, o período de transição seria mais curto, uma vez que a nova idade mínima seria alcançada já em 2022.
Segundo Onyx, a equipe econômica chefiada por Guedes vem trabalhando em uma proposta de reforma desde que começou a transição e que o atual sistema é um 'navio com casco furado' que precisa ser consertado.
'Não é justo colocar nossos filhos e netos dentro de um barco que mais cedo ou mais tarde a gente sabe que vai afundar', avaliou.
O ministro destacou que a equipe de Bolsonaro sempre defendeu o regime de capitalização para a Previdência, no qual, em linhas gerais, cada beneficiário faz sua própria poupança.
'Dentro de duas semanas está previsto fazer uma apresentação ao presidente dos caminhos', disse Onyx sobre a proposta de reforma que a equipe de Guedes deverá apresentar. 'E aí vamos ter os detalhes', emendou.
O ministro disse que, no momento, a equipe econômica está trabalhando no 'ajuste fino' da proposta e que o governo vai perseguir o equilíbrio das contas públicas e a reforma da Previdência.
(Reportagem de Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu)
Escrito por Thomson Reuters
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