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Petrobras inicia contratação de 12º navio plataforma do campo de Búzios

Petrobras inicia contratação de 12º navio plataforma do campo de Búzios

Reuters

03/10/2025

Placeholder - loading - Logo da Petrobras no Rio de Janeiro, Brasil 05/06/2025 REUTERS/Ricardo Moraes
Logo da Petrobras no Rio de Janeiro, Brasil 05/06/2025 REUTERS/Ricardo Moraes

Atualizada em  03/10/2025

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) -A Petrobras informou que iniciou nesta sexta-feira uma concorrência para a contratação do navio plataforma do tipo FPSO P-91, que será a 12ª unidade a ser instalada no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.

Além de produzir petróleo, Búzios 12 funcionará como um hub para exportação do gás produzido no campo, que foi o maior produtor de petróleo do Brasil em agosto, com 821,88 mil barris por dia, segundo dados publicados pela agência reguladora ANP nesta semana.

A ampliação da oferta de gás pela Petrobras foi uma das encomendas do governo Lula, depois que assumiu o seu terceiro mandato. Diversos projetos no pré-sal, quando foram concebidos, não previram a exportação de gás natural, que acaba sendo amplamente reinjetado, como forma de ampliar a produção de petróleo, considerada mais rentável, mas também em parte por falta de infraestrutura de escoamento.

'Ela (a P-91) consegue receber até 2 milhões de metros cúbicos por dia de outra plataforma e consegue exportar 5,5 milhões de metros cúbicos (por dia) pelo gasoduto Rota 3', disse a diretora-executiva de Engenharia, Tecnologia e Inovação da empresa, Renata Baruzzi, em entrevista a jornalistas.

Parte da produção de gás de Búzios 12 ainda será reinjetada, para fazer o gerenciamento de reservatório, adicionou.

O Rota 3 leva o gás produzido no pré-sal ao Complexo de Energias Boaventura, antigo Comperj, em Itaboraí (RJ), que entrou em operação no ano passado. Segundo a diretora, o complexo ainda não atingiu a capacidade máxima para processar 21 milhões de metros cúbicos de gás por dia -- está processando cerca de 18 milhões.

A P-91 -- que terá capacidade diária de produção de 180 mil barris de óleo e 12 milhões de metros cúbicos de gás -- será interligada a 16 poços, sendo oito produtores e oito injetores alternados de água e gás.

DESAFIOS

A licitação deverá envolver bilhões de dólares, em um mercado com poucas empresas capazes de assumir tal projeto, segundo uma fonte da Petrobras, que pediu para não ser identificada.

Baruzzi, porém, ressaltou que a empresa está 'otimista com relação à participação na competitividade dessa licitação', após ter trabalhado de forma a flexibilizar o projeto e reduzir os custos de seu desenvolvimento. Ela evitou fazer estimativas sobre quanto deve custar a nova unidade.

'A gente tem conversado com as empresas e tem várias delas muito interessadas', disse a diretora, ponderando que o projeto precisa passar em um cenário de barril de petróleo a US$45 o barril.

Dentre os desafios encontrados, Baruzzi disse que as plataformas têm concorrido com data centers para a contratação de turbogeradores. Segundo ela, os centros de processamento de dados chegam com encomendas bem superiores às da Petrobras e ganham prioridade.

A diretora explicou que, nesse caso, a empresa flexibilizou o modelo do turbogerador e há como ele ser desenvolvido no interior de São Paulo. 'Então, o que a gente tem procurado é proteger os nossos projetos com essas flexibilizações, lógico, sem perder segurança, economicidade', afirmou.

A executiva disse que ainda não há uma data prevista para o início da operação do navio, mas que poderá ser em 2031.

As empresas interessadas em participar do processo de contratação terão o prazo de 180 dias, a partir da publicação da Solicitação de Envio de Propostas (SEP), para submeterem suas ofertas. A SEP estabelece um percentual mínimo de 25% de conteúdo local.

A contratação se dará pelo modelo BOT (Build-Operate-Transfer, na sigla em inglês), no qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um período inicial definido em contrato. Posteriormente, a operação é transferida para a Petrobras.

O campo, o mais produtivo do país com seis unidades produtoras já instaladas, deve contar com uma sétima plataforma, a P-78, em breve -- ela chegou ao campo na terça-feira. A nova instalação tem capacidade de produção de 180 mil barris/dia de óleo.

A Petrobras é operadora de Búzios, com 88,99% de participação, e tem como parceiras as chinesas CNPC (3,67%) e CNOOC (7,34%).

(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga GaierEdição de Roberto Samora e Pedro Fonseca)

Reuters

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