Petrobras avança em projetos de refino e petroquímica no Rio com iniciativas renováveis
Petrobras avança em projetos de refino e petroquímica no Rio com iniciativas renováveis
Reuters
03/07/2025
Atualizada em 03/07/2025
Por Marta Nogueira e Fabio Teixeira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras prevê aportar R$26 bilhões na integração de atividades entre a sua refinaria em Duque de Caxias (Reduc) e o Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, ambos no Estado do Rio de Janeiro, afirmou a presidente da estatal, Magda Chambriard, nesta quinta-feira.
O montante é parte de um investimento total de R$33 bilhões que a Petrobras prevê em projetos de refino e petroquímica no Rio de Janeiro, sendo R$29 bilhões da petroleira e R$4 bilhões da Braskem, e que será apresentado em evento na Reduc com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira.
'A refinaria Duque de Caxias é uma refinaria que tem uma capacidade produtiva em torno de 240 mil barris por dia e que será ampliada com a ajuda desse megaprojeto', disse Chambriard, se referindo aos planos de integração, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
Dentre as iniciativas, está prevista a ampliação da produção de diesel S-10, o mais consumido do Brasil, em 76 mil barris por dia (bpd), sendo 56 mil provenientes da troca de qualidade e 20 mil em capacidade adicional.
O projeto também prevê um aumento da capacidade de produção de querosene de aviação (QAV) em 20 mil bpd e de lubrificantes grupo II em 12 mil bpd.
Na coletiva, executivos da estatal destacaram ainda que os planos incluem uma planta dedicada de BioQAV no Complexo Boaventura, com capacidade de produção de 19 mil bpd de combustíveis renováveis (Hydrotreated Vegetable Oil – HVO e Sustainable Aviation Fuel - SAF); e duas termelétricas a gás, também no complexo, para participação nos leilões de reserva de capacidade.
O Boaventura (antes conhecido como Comperj) atualmente recebe gás natural do pré-sal por meio do gasoduto Rota 3 e conta ainda com a maior Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Brasil.
O projeto de engenharia das duas termelétricas para o empreendimento, com 400 MW cada, foi aprovado e as unidades aproveitarão as sinergias com a infraestrutura da UPGN.
Ainda está em estudo um projeto de rerrefino de lubrificantes da Reduc, com capacidade de 30 mil metros cúbicos por mês (6,3 mil bpd).
Com a operação do Complexo Boaventura para a produção de lubrificantes grupo II, a Reduc poderá converter unidades existentes para rerrefinar óleos usados, aplicando o conceito de economia circular para gerar produtos de alto valor a partir de resíduos. O teste de coprocessamento já foi autorizado pela reguladora ANP e está previsto para ocorrer ainda este ano.
Chambriard ressaltou que os investimentos no Rio de Janeiro atendem a expectativas do presidente Lula, que espera que a companhia contribua com o crescimento do PIB do Brasil.
'Resumindo isso tudo, nós estamos falando da criação de 38 mil postos de trabalho no Estado do Rio de Janeiro', disse a presidente da estatal.
'Nós já estamos nessa fase de pleno emprego. Para vocês terem uma ideia, já estão faltando eletricistas, caldeireiros, soldadores, todo esse arsenal de pessoal que nós utilizamos e mobilizamos para as nossas operações', completou.
DESCARBONIZAÇÃO NA REDUC E PETROQUÍMICA
Como parte de seus planos para descarbonização do refino, a Petrobras concluiu na Reduc o teste de produção do primeiro combustível de aviação com conteúdo renovável (SAF) por coprocessamento, alcançando até 1,2% de óleo de milho na fabricação do QAV.
A autorização pela ANP, segundo a companhia, já foi emitida e a produção comercial na Reduc terá início nos próximos meses, com capacidade de até 50 mil metros cúbicos por mês (10 mil bpd).
A Petrobras planeja ainda investir R$860 milhões para modernizar uma das duas termelétricas existentes na Reduc, substituindo equipamentos obsoletos de geração de vapor e energia elétrica, além de empenhar outros R$2,4 bilhões em paradas de manutenção da refinaria até 2029.
Executivos da estatal também reiteraram aportes da Braskem de R$4,3 bilhões para ampliar sua capacidade de produção de polietileno no polo industrial da empresa em Duque de Caxias.
(Por Marta Nogueira, Rodrigo Viga Gaier e Fabio Texeira)
Reuters