Petrobras vê riscos em projetos após mudança no preço de referência do petróleo, diz CEO
Petrobras vê riscos em projetos após mudança no preço de referência do petróleo, diz CEO
Reuters
18/08/2025
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras avalia que a mudança nos critérios para a fixação do preço de referência do petróleo, utilizado para calcular royalties, pode impactar a viabilidade econômica dos projetos de campos offshore do pós-sal e em suas operações em terra, disse a presidente Magda Chambriard nesta segunda-feira.
'Isso me deixa muito preocupada', afirmou Chambriard, acrescentando que o petróleo dos campos do pós-sal vale menos do que o dos campos do pré-sal, e que a mudança nas regras provocará um aumento dos valores a serem pagos e royalties.
A Petrobras quer revitalizar a produção de petróleo na Bacia de Campos, além das operações em terra, e essa mudança prejudica esse movimento, disse Chambriard, durante entrevista online à agência Eixos.
'Tem muito óleo a ser produzido ainda, mas ele precisa ser economicamente viável, então me preocupa muito esse tipo de ação... principalmente no momento de redução do preço do petróleo', afirmou a executiva.
As declarações foram feitas após a reguladora ANP alterar os critérios para a fixação do preço de referêcia em julho.
Em junho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, havia dito que a alteração -- que entrará em vigor em 1º de setembro, com impactos na distribuição de royalties de novembro -- deveria render aos cofres da União R$1 bilhão extras ainda neste ano.
O preço de referência funciona como base de cálculo para a aferição de tributos na comercialização do petróleo dentro do país e também para o recolhimento de royalties e participações especiais, e as novas regras para sua fixação estavam em discussão desde 2022.
Durante a entrevista, a CEO afirmou que a Petrobras não pode perder a oportunidade de comercializar gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha, por se tratar de um negócio com alta margem de lucro.
(Por Fábio Texeira)
Reuters

