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PF E MAPA FAZEM OPERAÇÃO CONTRA BEBIDAS ADULTERADAS EM SP

FORÇA-TAREFA INTERDITA ESTABELECIMENTOS, APREENDE CARGAS E RASTREIA DISTRIBUIDORAS; SAÚDE CRIA SALA DE SITUAÇÃO

João Carlos

02/10/2025

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Crédito da imagem: gerada por IA

A Polícia Federal e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) realizaram, na manhã desta quinta-feira, uma ação de fiscalização em depósitos e pontos de distribuição de bebidas na Grande São Paulo e no interior do estado. A ofensiva ocorre no âmbito das investigações sobre casos de intoxicação por metanol e marca a primeira operação da PF no estado desde que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, determinou a abertura de inquérito. Entre os locais investigados estão um grande depósito em Embu das Artes e um possível centro de fabricação clandestina em Pilar do Sul.

O balanço oficial do governo paulista confirma 10 casos de intoxicação por metanol com laudos laboratoriais e circunstâncias comprovadas de ingestão de bebidas adulteradas. Outros 29 casos seguem em investigação, enquanto há uma morte confirmada pela substância e cinco óbitos sob análise. Em nível nacional, o Ministério da Saúde já contabiliza 43 notificações, sendo 39 em São Paulo e quatro em Pernambuco, onde duas mortes também estão sob investigação. A pasta criou uma Sala de Situação para monitorar e coordenar respostas emergenciais em todo o país, classificando o cenário como atípico em relação à série histórica.

No estado de São Paulo, o governo interditou seis estabelecimentos na capital e na região metropolitana e lacrou 128 mil garrafas de vodca em Barueri até que os responsáveis apresentem documentação fiscal válida. Um gabinete de crise foi criado para integrar as secretarias de Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Justiça, ampliando as fiscalizações e intensificando o rastreamento da cadeia de distribuição. A Secretaria da Fazenda anunciou ainda a suspensão preventiva da inscrição estadual de seis distribuidoras e de um bar que aparecem nas apurações.

As investigações também se estendem para operações da Polícia Civil. Em Americana, no interior paulista, uma fábrica clandestina foi descoberta com cerca de 17,7 mil itens, entre bebidas e insumos. Na zona sul da capital, no bairro de Jardim Campo Limpo, a polícia apreendeu 1,8 mil lacres, tampas e rótulos falsificados de marcas nacionais e importadas, como Red Label e White Horse, além de garrafas vazias. Dois irmãos são investigados por participação no esquema de adulteração, mas ainda não foram presos.

As autoridades trabalham com a hipótese de que os casos tenham ligação com organizações criminosas e até mesmo com fraudes na cadeia de combustíveis, dada a utilização do metanol. O objetivo é identificar a origem do insumo e os fluxos de distribuição que abastecem bares e depósitos no estado. Denúncias anônimas têm sido fundamentais para a localização de depósitos e fábricas clandestinas, e a Vigilância Sanitária reforça os canais de contato para a população.

Em Pernambuco, além dos quatro casos em investigação, duas mortes também estão sob análise. O Ministério da Saúde recomenda que consumidores evitem bebidas sem rótulo, sem selo fiscal ou com lacres violados e procurem atendimento médico imediato caso apresentem sintomas como visão turva, dor abdominal, tontura ou confusão mental após o consumo de álcool.

A crise em torno das bebidas adulteradas com metanol se tornou um alerta nacional, mobilizando forças policiais, órgãos de fiscalização e o governo federal. As ações em andamento buscam conter os riscos imediatos à saúde pública e desmantelar a rede criminosa que abastece o mercado ilegal de destilados.

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