PF faz operação para apurar supostas irregularidades em compras para hospitais da prefeitura de SP
PF faz operação para apurar supostas irregularidades em compras para hospitais da prefeitura de SP
Reuters
06/08/2020
Atualizada em 06/08/2020
SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira operação para apurar supostas irregularidades na compra de aventais descartáveis para abastecer os hospitais gerenciados pela prefeitura de São Paulo, com o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, incluindo na sede da Autarquia Hospitalar Municipal, informou a PF em nota.
Segundo a PF, as possíveis fraudes, identificadas com ajuda do Tribunal de Contas da União (TCU), teriam sido feitas em contratações emergenciais realizadas com recursos federais destinados ao combate à pandemia de Covid-19, doença provocada pelo coronavírus. As compras sem licitação somaram 11,1 milhões de reais, de acordo com a Polícia Federal.
'Até o momento, apurou-se que durante o processo para a contratação, algumas empresas foram desclassificadas sob argumentos que depois foram ignorados na assinatura do contrato com as empresas investigadas. Há indicativos que o valor da contratação também foi superior ao praticado no mercado na mesma época', afirmou a PF.
'Também foi identificada estreita ligação entre as empresas que participaram do processo, sendo que elas não tinham qualquer experiência ou capacidade técnica e operacional para a confecção de aventais médico-hospitalares, assim como uma das empresas contratadas.'
De acordo com a Polícia Federal, os crimes investigados são de fraude em licitação, associação criminosa e corrupção e peculato.
'Comprovados todos esses crimes, as penas somadas podem chegar a 25 anos de prisão', disse a PF.
Em nota, a prefeitura de São Paulo disse que está à disposição da PF e da Justiça e que o prefeito Bruno Covas (PSDB) também solicitou acompanhamento do caso.
'A prefeitura de São Paulo está à disposição da Polícia Federal e do Poder Judiciário para contribuir com a investigação relativa à Autarquia Hospitalar Municipal', afirma a nota.
'O prefeito Bruno Covas determinou que o controlador-geral do município acompanhe o caso e não só se coloque à disposição da PF, mas também solicite o compartilhamento de informações e encaminhe providências internas de apuração de eventuais responsabilidades.'
(Por Eduardo Simões)
Reuters