PF prende 12 suspeitos de integrar quadrilha de tráfico internacional de drogas que operava com bitcoins
PF prende 12 suspeitos de integrar quadrilha de tráfico internacional de drogas que operava com bitcoins
Thomson Reuters
09/07/2018
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira ao menos 12 pessoas suspeitas de integrarem uma quadrilha internacional de tráfico de drogas acusada de lucrar milhões de dólares com envios de cocaína do Brasil para o exterior e de utilizar moedas virtuais para lavar os recursos, informou a PF.
Como parte da chamada operação Antigoon, deflagrada em parceria com a Receita Federal, aproximadamente 100 policiais federais foram às ruas para cumprir um total de 15 mandados de prisão, dos quais três não tinham sido cumpridos até o início da tarde, e 21 mandados de busca e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.
Ao longo de quase um ano de investigação foram apreendidas cerca de 4 toneladas de cocaína nos portos do Rio de Janeiro, Vitória, Santos, Salvador e Suape (PE). As remessas de droga eram feitas para Europa, Ásia e África.
A droga despachada para o exterior vinha principalmente do Peru, Colômbia e Bolívia, e o Brasil, de acordo com investigadores, era um corredor para o envio para outros continentes.
Eles movimentavam milhões e milhões de dólares. Foi muito dinheiro, e a quadrilha usava bitcoins e moedas cibernéticas para despistar e fugir dos órgão de controle , afirmou o delegado da PF Carlos Eduardo Thomé em entrevista coletiva sobre a operação.
A quadrilha recebia parte do pagamento em moedas virtuais para dificultar o rastreamento, e para a movimentação volumosa e atípica de dinheiro não ser detectada , acrescentou.
A PF não detalhou a quantia de dinheiro que teria sido movimentada pela quadrilha.
Entre os presos estão empresários que atuam no segmento de comércio exterior, despachantes, funcionários de terminais portuários e até caminhoneiros, de acordo com a PF.
Ao longo de 15 meses, a Polícia Federal e a Receita Federal realizaram ações controladas com autorização da Justiça para monitorar o caminho da droga e os envolvidos.
A origem da droga e se essa quadrilha tem ligação com cartéis que atuam na América do Sul farão parte de outras investigações”, disse a jornalistas o delegado da PF Osvaldo Scalezi.
A PF informou também que foram realizadas apreensões nos portos de Antuérpia, na Bélgica; Gioia Tauro, na Itália e Valência, na Espanha, utilizando-se dos institutos de cooperação policial.
Segundo os investigadores, a quadrilha montou empresas de fachada para enviar a droga para Europa, Ásia e África, ou violava contêineres de empresas lícitas que não tinham ligação com o bando para conseguir embarcar a cocaína.
O nome da operação, Antigoon, faz referência a uma lenda sobre a origem do nome da cidade de Antuérpia, na Bélgica, principal destino da droga na Europa, de acordo com a PF.
(Por Rodrigo Viga Gaier e Maria Clara Pestre, no Rio de Janeiro)
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