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Pontos de inflexão climática estão sendo ultrapassados, alertam cientistas antes da COP30

Pontos de inflexão climática estão sendo ultrapassados, alertam cientistas antes da COP30

Reuters

13/10/2025

Placeholder - loading - Coral branqueado é visto em um recife na Costa dos Corais em Japaratinga, Alagoas  16/4/2024    REUTERS/Jorge Silva
Coral branqueado é visto em um recife na Costa dos Corais em Japaratinga, Alagoas 16/4/2024 REUTERS/Jorge Silva

Por Alison Withers

CONPENHAGUE (Reuters) - O aquecimento global está ultrapassando limites perigosos mais cedo do que o esperado, com os recifes de coral do mundo agora em uma extinção quase irreversível, marcando o que os cientistas descreveram na segunda-feira como o primeiro 'ponto de inflexão' no colapso do ecossistema causado pelo clima.

O alerta no relatório Global Tipping Points, elaborado por 160 pesquisadores de todo o mundo, que sintetiza a ciência inovadora para estimar os pontos sem retorno, vem apenas algumas semanas antes da cúpula climática COP30 deste ano, realizada em Belém.

Segundo o relatório, a floresta amazônica corre o risco de entrar em colapso quando a temperatura média global se aquecer além de apenas 1,5 grau Celsius, com base nas taxas de desmatamento, revisando para baixo o limite estimado para a Amazônia.

Também é motivo de preocupação, caso as temperaturas continuem subindo, a ameaça de interrupção da principal corrente oceânica chamada Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico, ou Amoc, que ajuda a garantir invernos amenos no norte da Europa.

'A mudança está ocorrendo rapidamente agora, de forma trágica, em partes do clima e da biosfera', disse o cientista ambiental Tim Lenton, da Universidade de Exeter, que é o principal autor do relatório.

ALGUNS SINAIS POSITIVOS

Lenton observou sinais positivos no que diz respeito à eliminação gradual dos combustíveis fósseis mais responsáveis pelas mudanças climáticas. As energias renováveis, por exemplo, foram responsáveis por mais geração de eletricidade do que o carvão este ano pela primeira vez, de acordo com dados do instituto sem fins lucrativos Ember.

'Ninguém quer ficar apenas traumatizado e sem poder', disse Lenton. 'Ainda temos algum poder de ação.'

Os cientistas imploraram aos países na COP30, em novembro, que trabalhem para reduzir as emissões de carbono que causam o aquecimento climático.

Os cientistas ficaram surpresos com a rapidez com que as mudanças estão ocorrendo na natureza, com as temperaturas médias globais já tendo aquecido de 1,3 a 1,4 grau Celsius acima da média pré-industrial, de acordo com dados das agências científicas da ONU e da União Europeia.

Os últimos dois anos foram os mais quentes já registrados na Terra, com ondas de calor marinhas que estressaram 84% dos recifes do mundo a ponto de causar branqueamento e, em alguns casos, a morte. Os recifes de coral sustentam cerca de um quarto da vida marinha.

Para que os corais se recuperem, o mundo precisaria aumentar drasticamente a ação climática para reverter as temperaturas de volta para apenas 1 grau C acima da média pré-industrial, sugeriram os cientistas.

'O novo relatório deixa claro que a cada ano há um aumento no escopo e na magnitude dos impactos negativos da mudança climática', disse Pep Canadell, cientista sênior do CSIRO Climate Science Centre da Austrália.

Reuters

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