Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1

Por dentro do maior julgamento da máfia na Itália

Testemunha-chave e promotor-chefe falam sobre o maior julgamento contra a máfia na itália em mais de 30 anos

DW

28/01/2021

Transcrito:

Luigi Bonaventura fazia parte da máfia ‘Ndrangheta.

Luigi Bonaventura (Testemunha): “Você começa com armas quando pequeno, eles fazem você atirar quando pequeno. Eles carregam armas. Você é uma criança, e é tudo um jogo para você. Você não sabe que as outras crianças têm armas de brinquedo e que as suas são reais. Você não tem medo de apanhar, mas de decepcionar aqueles que o treinam”.

Hoje, ele é testemunha-chave no julgamento contra o grupo mafioso. Será o maior julgamento contra a máfia na Itália em três décadas. Serão julgados mais de 350 supostos membros e cúmplices da ‘Ndrangheta. O promotor-chefe luta contra eles há mais de 30 anos.

Nicola Gratteri (Promotor-chefe): “Há homens da ‘Ndrangheta dentro da administração pública. Eles tentam administrá-la, como um todo ou em parte, na tentativa de dominar não só no nível econômico, mas também no nível administrativo e político”.

A ‘Ndrangheta é baseada na Calábria, no sul da Itália. As acusações contra ela vão de comércio de drogas e armas, a tentativa de homicídio e lavagem de dinheiro. Bonaventura arriscou a vida para deixar o grupo.

Luigi Bonaventura (Testemunha): “Quando descobriram, me emboscaram duas vezes em 12 horas. Na primeira vez, consegui escapar. Na segunda, eu estava armado e respondi com tiros, ferindo três pessoas. Eles tentaram me matar várias vezes e incendiaram a loja da minha esposa. A ‘Ndrangheta é uma mentalidade, é um estado, é uma religião, é um grupo étnico, é um pensamento, é um credo. A ‘Ndrangheta não é uma organização criminosa que trabalha apenas por dinheiro. Faz pela crença em si”.

Acredita-se que o julgamento irá durar dois anos e poderá colocar muitas vidas em jogo.

Nicola Gratteri (Promotor-chefe): “Existem milhares e milhares de pessoas que acreditam em mim e, portanto, sou a ‘última esperança’. Temos que prosseguir, fazer o que for preciso. Se eu desistisse hoje, me sentiria um covarde”.

Veja também:

100 anos dos famosos ursinhos de goma Haribo

Bailarina negra denuncia racismo no balé de Berlim

DW

Compartilhar matéria

Mais lidas da semana

 

Carregando, aguarde...

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.