Preços ao consumidor nos EUA devem ter permanecido elevados em setembro em meio ao repasse de tarifas
Preços ao consumidor nos EUA devem ter permanecido elevados em setembro em meio ao repasse de tarifas
Reuters
24/10/2025
Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - Os preços ao consumidor dos Estados Unidos provavelmente aumentaram de forma sólida pelo segundo mês consecutivo em setembro, uma vez que as famílias pagaram mais por alguns produtos sensíveis a tarifas, mas não se espera que a inflação mais firme impeça o Federal Reserve de cortar novamente a taxa de juros na próxima semana.
O relatório do índice de preços ao consumidor do Escritório de Estatísticas do Trabalho do Departamento do Trabalho, que será divulgado nesta sexta-feira, também deve mostrar que a inflação subjacente foi elevada no mês passado, embora os custos de serviços como viagens aéreas e quartos de hotel provavelmente tenham desacelerado depois de um salto em agosto.
O relatório será publicado apesar de um apagão de dados econômicos devido à paralisação do governo, a fim de ajudar a Administração da Previdência Social a calcular seu ajuste de custo de vida de 2026 para milhões de aposentados e outros beneficiários. Inicialmente, ele deveria ter sido publicado em 15 de outubro.
'A paralisação do governo pode ter alterado a data de divulgação dos preços ao consumidor setembro, mas não mudou a situação teimosa da inflação', disse Sarah House, economista sênior da Wells Fargo. 'Por baixo da superfície, esperamos que a inflação de bens permaneça elevada devido ao contínuo repasse de tarifas, ao passo que uma redução nos custos de primários de moradia deve ajudar a esfriar a inflação de serviços.'
Pesquisa da Reuters com economistas aponto que os preços ao consumidor devem ter subido 0,4% no mês passado, depois de avançar pela mesma margem em agosto.
Os preços mais altos da gasolina também devem ter impulsionado a inflação. Os avanços nos preços dos alimentos provavelmente se moderaram depois de acelerarem em agosto. Mas os preços da carne bovina e do café provavelmente permaneceram altos, refletindo as secas em anos anteriores e as tarifas.
Nos 12 meses até setembro, a estimativa é de que os preços ao consumidor tenham aumentado 3,1%, o que seria a maior alta em 16 meses, depois de avançar 2,9% em agosto.
Excluindo-se os componentes voláteis de alimentos e energia, a previsão é de que o núcleo do índice tenha subido 0,3% pelo segundo mês consecutivo, já que as tarifas elevaram os preços de alguns produtos importados, como vestuário.
O repasse das tarifas tem sido gradual, uma vez que as empresas trabalharam com os estoques acumulados antes das tarifas do presidente Donald Trump e também absorveram parte dos impostos.
Economistas afirmam que as empresas fizeram isso às custas da contratação de mais trabalhadores e estimam que os consumidores absorveram até agora cerca de 20% das tarifas.
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