Premiê da Índia enfrenta fúria da oposição após ameaça de tarifas de 25% de Trump
Premiê da Índia enfrenta fúria da oposição após ameaça de tarifas de 25% de Trump
Reuters
31/07/2025
Por Manoj Kumar e Nikunj Ohri
NOVA DÉLHI (Reuters) - Os partidos de oposição indianos criticaram o governo do primeiro-ministro, Narendra Modi, nesta quinta-feira, descrevendo a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 25% sobre o país como um fracasso diplomático para Nova Délhi, enquanto a rúpia caía e os índices acionários despencavam em resposta às notícias.
A alíquota de 25% seria mais severa para a Índia do que para outros parceiros comerciais importantes e ameaçaria desfazer meses de negociações, prejudicando um dos parceiros estratégicos de Washington na região, visto como um contrapeso à China.
Trump disse que a tarifa sobre as importações da Índia começará a partir de sexta-feira, além de uma penalidade não especificada para as negociações com a Rússia e o envolvimento no grupo de nações Brics.
Em resposta, o governo de Modi disse que está estudando as implicações dos comentários de Trump e que estava empenhado em garantir um acordo comercial justo.
'Esse desdobramento reflete um colapso mais amplo da política externa sob o governo de Modi', disse um parlamentar do principal partido de oposição, o Congresso, em um aviso à câmara baixa do Parlamento, solicitando uma discussão sobre o assunto.
O debate se concentraria no 'fracasso econômico e diplomático do governo em evitar a imposição de tarifas americanas de 25% mais penalidades sobre as exportações indianas', acrescentou o aviso.
O ministro do Comércio, Piyush Goyal, deverá informar a Câmara Baixa ainda nesta quinta-feira, segundo seu gabinete.
'Não me interessa o que a Índia faz com a Rússia', disse Trump em um post no Truth Social nesta quinta-feira, acrescentando: 'Por mim, eles podem acabar com suas economias mortas juntos'.
A Rússia continuou sendo o principal fornecedor de petróleo da Índia durante os primeiros seis meses de 2025, respondendo por 35% do fornecimento geral.
(Reportagem adicional de Jaspreet Kalra, em Mumbai)
Reuters