Presidente da Colômbia ordena suspensão de ofensiva militar contra dissidentes das Farc
Publicada em
Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ordenou nesta sexta-feira a suspensão por um mês das operações militares ofensivas contra um grupo dissidente de ex-guerrilheiros das Farc para permitir o progresso do processo de paz com esse grupo, apesar de sua decisão, um dia antes, de não prorrogar o cessar-fogo bilateral.
A medida permanecerá em vigor até a meia-noite de 18 de maio.
Um decreto do governo declarou que a decisão visa 'garantir as condições de segurança para avançar no trânsito para áreas de localização' das estruturas do grupo armado ilegal e 'contribuir para a execução de transformações territoriais que permitam a produção agroalimentar'.
Um cessar-fogo bilateral com essa facção dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) começou em dezembro de 2023 e foi prorrogado várias vezes, mas o governo surpreendentemente não o prorrogou esta semana, embora tenha esclarecido que essa decisão não significa o fim das conversações de paz.
O processo de paz com essa facção das antigas Farc, com cerca de 1.500 membros, é um dos esforços de Petro para pôr fim a um conflito interno de seis décadas que deixou mais de 450.000 mortos, mas que não conseguiu fazer progressos concretos desde que ele assumiu o poder em agosto de 2022.
Não houve reação imediata do grupo armado ilegal ou de seu principal comandante, Alexander Díaz Mendoza, mais conhecido por seu nome de guerra Calarcá Córdoba, à decisão do presidente de ordenar a suspensão da ofensiva militar.
A outra dissidência das Farc, da qual surgiu o grupo de Córdoba, não mantém atualmente um diálogo de paz com o governo, que ordenou a intensificação da ofensiva militar contra ela nas áreas de selva e montanha onde está presente e onde sofreu várias baixas nas últimas semanas.
Os guerrilheiros esquerdistas e as gangues formadas por ex-paramilitares de extrema-direita que lutam pelo controle territorial de grandes regiões da Colômbia são financiados pela produção e pelo tráfico de cocaína, bem como pela mineração ilegal de ouro.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO