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Putin nega que economia da Rússia esteja estagnada enquanto evidências sugerem o contrário

Putin nega que economia da Rússia esteja estagnada enquanto evidências sugerem o contrário

Reuters

05/09/2025

Placeholder - loading - Presidente da Rússia, Vladimir Putin 05/09/2025. Sputnik/Alexander Kazakov/Pool via REUTERS
Presidente da Rússia, Vladimir Putin 05/09/2025. Sputnik/Alexander Kazakov/Pool via REUTERS

Por Vladimir Soldatkin e Gleb Bryanski

VLADIVOSTOK, RÚSSIA (Reuters) - O presidente Vladimir Putin negou nesta sexta-feira que a economia da Rússia esteja estagnada, apesar de um relatório do banco central sugerir que ela está tecnicamente em recessão.

Em um discurso para um fórum econômico no porto de Vladivostok, Putin defendeu o uso de taxas de juros muito altas pelo banco central, atualmente em 18%, para combater a inflação - uma postura duramente criticada por líderes empresariais e banqueiros.

Um gráfico publicado em um relatório do banco central nesta semana mostrou que o Produto Interno Bruto da Rússia encolheu por dois trimestres consecutivos, uma definição padrão do que os economistas chamam de recessão técnica.

O presidente-executivo do Sberbank, German Gref, um dos banqueiros mais poderosos da Rússia, disse na quinta-feira que a economia está em 'estagnação técnica' e que o banco central precisa reduzir os juros.

Perguntado se concordava com Gref, Putin disse: 'Não. Ele sabe, estamos em contato constante com ele. Ele participa de muitas de nossas reuniões, incluindo aquelas comigo, com o governo e com o banco central'.

Gref é um associado de longa data de Putin e elaborou a primeira estratégia econômica do presidente no início dos anos 2000.

O banco central não entrou em detalhes sobre seu gráfico que mostra dois trimestres de retração do PIB. A agência de estatísticas estimou a contração do PIB em 0,6% no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores, mas ainda não publicou os dados do segundo trimestre.

Não há uma definição precisa para a 'estagnação técnica' mencionada por Gref. As agências de notícias russas foram informadas esta semana que a economia deverá crescer 1,2% em 2025, uma desaceleração acentuada em relação aos 4,3% em 2024.

O rebaixamento do crescimento e o aumento do déficit orçamentário fazem parte de um padrão de evidências da crescente pressão sobre a economia russa decorrente da guerra de três anos e meio na Ucrânia.

Putin associou a discussão sobre estagnação da economia à insatisfação com a taxa de juros elevada, mas disse que ela é necessária para controlar a inflação, acrescentando que o banco central da Rússia tem uma recomendação muito alta na comunidade financeira internacional.

O banco central aumentou a taxa básica para 21% no ano passado, o nível mais alto desde o início dos anos 2000, para reduzir a inflação. Ele a reduziu para 20% em junho e depois para 18% em julho. O banco tomará sua próxima decisão em 12 de setembro.

A inflação anual dos preços ao consumidor foi de 8,79% em julho, abaixo dos 9,40% registrados em junho. O banco central espera que a inflação desacelere para sua meta de 4% em 2026.

'Se a inflação dominar a economia, nada de bom resultará disso, porque se tornará impossível fazer qualquer previsão, mesmo para 10 dias, quanto mais para os próximos anos', disse Putin, pedindo às autoridades que garantam um pouso suave.

Putin descartou novos aumentos de impostos para equilibrar o orçamento, mas disse que a Rússia tem espaço para aumentar seu déficit orçamentário porque o peso da dívida continua baixo.

(Reportagem adicional de Olesya Astakhova, Darya Korsunskaya, Oksana Kobzeva, Anastasia Lyrchikova, Maxim Rodionov, Marina Bobrova e Lucy Papachristou)

Reuters

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