Recuo de inadimplência deve desacelerar, mas risco de crédito do Bradesco está controlado, diz presidente
Recuo de inadimplência deve desacelerar, mas risco de crédito do Bradesco está controlado, diz presidente
Reuters
31/10/2024
Atualizada em 31/10/2024
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente-executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou nesta quinta-feira que o banco está com o risco de crédito bastante controlado e que espera que a inadimplência continue recuando, embora em ritmo menor.
'A carteira de crédito cresce com equilíbrio em todos os segmentos... e com índice na inadimplência que melhora em todos os segmentos de clientes', afirmou em teleconferência com jornalistas após o banco divulgar balanço trimestral mais cedo.
No terceiro trimestre, a carteira de crédito do banco somou 943,9 bilhões de reais, alta de 7,6% em 12 meses e de 3,5% no trimestre, com a inadimplência acima de 90 dias recuando para 4,2%, de 5,6% um ano antes e 4,3% no segundo trimestre.
'Vejo uma linha de tendência de queda ainda (na inadimplência), não só pelo crescimento da carteira, mas pela qualidade do que o banco está trazendo', afirmou Noronha, referindo-se às novas safras de crédito.
'Nós arrumamos a inadimplência, ela vai cair, em um ritmo menor, mas vai cair, essa é a expectativa', reforçou.
Na visão de Noronha, há alguns agentes econômicos com olhar mais pessimista em relação ao cenário macroconômico, mas ele avalia que o mercado bancário está mais otimista, vide os dados de crédito do Banco Central conhecidos na véspera.
O executivo também afirmou ter uma perspectiva 'muito boa' para o crédito da pessoa física no próximo ano. 'Não sei se nesse mesmo patamar, talvez um pouco menos, mais ainda com crescimento robusto', afirmou o executivo.
No terceiro trimestre, a carteira de crédito da pessoa física no banco cresceu 10% ano a ano, para 396,8 bilhões de reais, com o índice de inadimplência acima de 90 dias ficando em 5,1%, de 5,2% no trimestre anterior e 6,6% um ano antes.
Às 10h55, as ações do Bradesco estavam entre as maiores quedas do Ibovespa, mostrando recuo de 3,7%, enquanto o índice recuava 0,16%. Os papéis do Itaú Unibanco, que divulga seu balanço na semana que vem, mostravam oscilação positiva de 0,34%.
MARGEM, RETORNOS
O presidente-executivo do Bradesco reforçou que as concessões de crédito sempre consideram o retorno ajustado ao risco, com foco na margem líquida, que vem 'crescendo com consistência' desde o final do ano passado.
No período de julho a setembro, a margem líquida saltou 33% ano a ano e subiu 7% na base trimestral, para quase 8,9 bilhões de reais, em ambos os casos beneficiada pela queda nas provisões para devedores duvidosos, de 22,4% no ano e 2,2% no trimestre.
Noronha disse que o banco espera entregar retornos melhores trimestre a trimestre, após divulgar que retorno sobre o patrimônio médio (ROAE) alcançou 12,4% de julho a setembro de 2024, ante 11,4% no trimestre anterior e 11,3% um ano antes.
'Nós queremos entregar (mais retorno), e eu acho que a estratégia (do banco) está com consistência e perenidade', acrescentou.
O Bradesco também continuará investindo em seus canais digitais, afirmou o executivo, bem como no processo de revisão de sua base de pontos de atendimento, que somou 6.347 unidades no final de setembro, de 7.388 locais um ano antes.
O banco 'vem fazendo o ajuste do 'footprint' em um ritmo até mais acelerado do que aquele que havia previsto para o ano', afirmou. 'Vamos continuar com essa revisão' no próximo ano, acrescentou.
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