Reino Unido e França precisam acabar com dependência de EUA e China, diz Macron
Reino Unido e França precisam acabar com dependência de EUA e China, diz Macron
Reuters
08/07/2025
Por Andrew MacAskill e Alistair Smout
LONDRES (Reuters) - O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta terça-feira que Reino Unido e França precisam trabalhar juntos para combater as muitas ameaças desestabilizadoras do mundo e proteger a Europa de 'dependências excessivas' dos Estados Unidos e da China.
Macron, em um raro discurso para ambas as casas do Parlamento britânico, comemorou o retorno de laços mais estreitos entre os dois países ao se tornar o primeiro líder europeu a ser convidado para uma visita de Estado britânica desde o Brexit.
Tendo sido recebido mais cedo pela família real britânica, Macron se dirigiu ao Parlamento, onde disse que os dois países precisam se unir para fortalecer a Europa, inclusive em termos de defesa, imigração, clima e comércio.
'O Reino Unido e a França precisam mais uma vez mostrar ao mundo que nossa aliança pode fazer toda a diferença', disse ele.
'A única maneira de superar os desafios que temos, os desafios de nossos tempos, será andarmos juntos, de mãos dadas, ombro a ombro.'
Listando as ameaças geopolíticas que os países enfrentam, Macron argumentou que eles também devem ser cautelosos com as 'dependências excessivas dos EUA e da China', dizendo que precisam 'reduzir o risco de nossas economias e sociedades dessa dupla dependência'.
Mas ele também comentou as oportunidades de uma união mais próxima, ao afirmar que deveriam facilitar a vida de estudantes, pesquisadores e artistas nos países uns dos outros e buscar uma maneira de trabalhar juntos em inteligência artificial e proteger as crianças online.
O discurso simbolizou a melhoria nas relações buscada pelo Partido Trabalhista de centro-esquerda do primeiro-ministro britânico Keir Starmer, como parte de uma redefinição mais ampla dos laços com os aliados europeus após o rancor que explodiu com a saída do Reino Unido da União Europeia.
LAÇOS FORTES
Macron, que tem um forte relacionamento pessoal com o rei Charles, foi recebido anteriormente pela família real, incluindo o herdeiro do trono, o príncipe William e sua esposa, a princesa Catherine, antes de viajarem em carruagens puxadas por cavalos para uma procissão em Windsor.
'Tenho que confessar que adoramos a monarquia, mas especialmente quando ela não está em casa', disse ele mais tarde ao Parlamento.
Charles também deve enfatizar 'a multiplicidade de ameaças complexas' que ambos os países enfrentam em um discurso que fará em um jantar de Estado em Windsor mais tarde.
O monarca de 76 anos, que está em tratamento para câncer, estava com o olho direito visivelmente vermelho quando se encontrou com Macron. Uma fonte do Palácio de Buckingham disse que ele havia sofrido um rompimento de vaso sanguíneo que não estava relacionado a nenhum outro problema de saúde.
(Reportagem de Andrew MacAskill, Sarah Young, Elizabeth Pineau e Alistair Smout)
Reuters