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Reino Unido introduzirá identificação digital obrigatória para trabalhadores

Reino Unido introduzirá identificação digital obrigatória para trabalhadores

Reuters

26/09/2025

Placeholder - loading - Primeiro-ministro britânico, Keir Starmer 26/09/2025 REUTERS/Jack Taylor
Primeiro-ministro britânico, Keir Starmer 26/09/2025 REUTERS/Jack Taylor

LONDRES (Reuters) - O governo britânico disse nesta sexta-feira que exigirá que todos os funcionários tenham um documento de identidade digital, a mais recente tentativa do primeiro-ministro Keir Starmer de combater a migração ilegal e reduzir a ameaça do populista Partido Reformista.

Ao discursar na Cúpula de Ação para o Progresso Global ao lado dos líderes do Canadá, Austrália e Islândia, Starmer disse que seu governo trabalhista de esquerda, assim como outros, tem sido 'melindroso' ao discutir as preocupações dos eleitores sobre imigração.

Isso permitiu que legendas como o Partido Reformista britânico ganhassem popularidade, disse Starmer, reconhecendo que o partido liderado pelo veterano do Brexit Nigel Farage provavelmente será o principal adversário dos trabalhistas na próxima eleição, prevista para 2029.

'É por isso que hoje estou anunciando que este governo tornará obrigatória uma nova identificação digital gratuita para o direito ao trabalho até o final desta Legislatura', disse ele.

PARTIDOS DE DIREITA BRITÂNICOS CAUSAM 'DIVISÃO TÓXICA'

'No Reino Unido... temos uma proposta de direita que nunca tivemos antes neste país... portanto, a batalha de nossos tempos é entre a renovação nacional patriótica... versus algo que está se transformando em uma divisão tóxica.'

As pesquisas mostram que a imigração é uma das principais preocupações dos eleitores britânicos, depois do custo de vida, e Starmer sente uma forte pressão para impedir que as pessoas entrem ilegalmente no país atravessando o mar em pequenos barcos vindos da França.

Mas seu plano mais recente atraiu críticas de adversários políticos.

'É risível que aqueles que já estão infringindo a lei de imigração de repente a cumpram, ou que as identidades digitais tenham qualquer impacto sobre o trabalho ilegal, que prospera com pagamentos em dinheiro vivo', disse um porta-voz do Partido Reformista, que está liderando as pesquisas de opinião.

O governo disse que a identificação digital seria mantida nos telefones celulares das pessoas e se tornaria uma parte obrigatória das verificações que os empregadores devem fazer ao contratar funcionários.

Com o tempo, ela também seria usada para fornecer acesso a serviços como creches, assistência social e acesso a registros fiscais.

As carteiras de identidade são relativamente comuns em outros lugares da Europa, incluindo França, Alemanha, Grécia, Itália e Espanha.

O Reino Unido, que tem um histórico ruim na entrega de grandes projetos de TI dentro do prazo e do orçamento, disse que usaria os melhores aspectos das IDs digitais usadas na Estônia, Dinamarca, Austrália e Índia em seu projeto.

MAIORIA DOS BRITÂNICOS APOIA CARTEIRAS DE IDENTIDADE

Mais da metade dos britânicos -- 57% -- apoia um esquema de carteira de identidade nacional, segundo pesquisa realizada pela Ipsos em julho.

No entanto, cerca de três em cada dez se preocupam com o fato de os dados pessoais serem usados sem permissão, seguidos por preocupações com a venda de informações para empresas privadas e violações de segurança, segundo a Ipsos.

Os trabalhistas tentaram introduzir uma carteira de identidade quando estavam no poder nos anos 2000, mas o plano foi abandonado devido a preocupações com a liberdade civil.

As carteiras de identidade foram abolidas no Reino Unido após a Segunda Guerra Mundial, e os britânicos normalmente usam documentos como passaportes e carteiras de motorista para comprovar sua identidade.

Os políticos nacionalistas irlandeses da Irlanda do Norte, onde muitos possuem passaportes irlandeses em vez de britânicos e os símbolos do domínio britânico causam divisões, também criticaram o plano de Starmer. A primeira-ministra nacionalista, Michelle O'Neill, chamou-o de 'ridículo e mal pensado'.

(Reportagem de William James e Paul Sandle; reportagem adicional de Amanda Ferguson e Elizabeth Piper)

Reuters

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