Relator do Orçamento amplia investimentos com reforço de emenda parlamentar, mas corta PAC em quase um terço
Relator do Orçamento amplia investimentos com reforço de emenda parlamentar, mas corta PAC em quase um terço
Reuters
20/12/2023
Atualizada em 20/12/2023
BRASÍLIA (Reuters) - O parecer da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 deve prever um valor total de 73 bilhões de reais em investimentos públicos para o ano que vem, ante 58 bilhões de reais na versão original do governo, disse nesta quarta-feira o relator do projeto, deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP).
Em entrevista a jornalistas, Motta afirmou, por outro lado, que as verbas previstas para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram cortadas em quase um terço em versão preliminar de seu parecer.
Ele ponderou que o governo se comprometeu a recompor esses recursos e o relatório deverá ser recalibrado depois que uma solução for encontrada para o programa, considerado prioritário para a gestão Luiz Inácio Lula da Silva.
O relator afirmou que o aumento na cifra para investimentos será possível com uma realocação de verbas, incluindo o uso de parte das emendas parlamentares estipuladas para o ano. O parecer prevê um valor total de 53 bilhões de reais para emendas parlamentares, recursos para obras indicadas por deputados e senadores com uso de critérios políticos.
No caso do PAC, o parecer preliminar reduziu a verba do programa de 61,3 bilhões de reais para 44,3 bilhões de reais. Segundo ele, o governo trabalha para recompor essa rubrica com outros remanejamentos.
'Nós vamos corrigir hoje, o governo ficou de me mandar uma recomposição', disse. 'O governo vai decidir de onde vai tirar.'
De acordo com o deputado, o valor do salário mínimo em 2024 e a verba para o fundo eleitoral ainda não estão definidos e serão discutidos em reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO), que estava prevista para a tarde desta quarta-feira, mas acabou remarcada a manhã de quinta.
Motta disse esperar aprovação célere na CMO, mas não apresentou previsão para votação do texto no plenário do Congresso.
Se o Legislativo não aprovar o Orçamento até o fim desta semana, quando começa o recesso parlamentar, o governo será forçado a iniciar 2024 sob a vigência de uma regra que limita os desembolsos dos ministérios até que a aprovação aconteça.
(Por Bernardo Caram)
Reuters