Relator prepara texto para votação do marco fiscal nesta 3ª, mas retira mudança de cálculo do IPCA
Relator prepara texto para votação do marco fiscal nesta 3ª, mas retira mudança de cálculo do IPCA
Reuters
22/08/2023
Atualizada em 22/08/2023
Por Maria Carolina Marcello e Victor Borges
(Reuters) - O relator do novo marco fiscal na Câmara dos Deputados, Claudio Cajado (PP-BA), disse que prepara seu parecer para ser votado no plenário da Casa nesta terça-feira, e adiantou que vai acatar apenas uma das mudanças promovidas pelo Senado referente a fundos constitucionais, deixando de fora importante dispositivo negociado pelo governo que diz respeito à mudança no período de cálculo da inflação.
O ponto em questão, que deve ser retirado do texto por Cajado, foi incorporado a pedido do Executivo durante a tramitação do arcabouço no Senado para evitar cortes no Orçamento de 2024 estimados em até 40 bilhões de reais.
A alteração conferia ao governo a possibilidade de usar uma estimativa de inflação anual para ampliar o seu limite de gastos na elaboração do Orçamento do próximo ano, e usar essa diferença para programar despesas, que continuarão condicionadas à aprovação de créditos adicionais pelo Congresso posteriormente.
'Apenas uma única alteração feita pelo Senado que nós manteremos que é justamente deixar de fora do conjunto das despesas o Fundeb e o Fundo Constitucional do Distrito Federal. Esses dois fundos foi consensualizado por todos os líderes e não houve discrepância', disse o relator a jornalistas ao deixar reunião de líderes de bancada.
'O colégio de líderes decidiu e, saindo aqui eu vou fazer o relatório para apresentar ainda no dia de hoje para seguir a votação no plenário da Câmara dos Deputados', acrescentou.
'As demais alterações do Senado nós vamos opinar pela rejeição.'
A manutenção dos trechos referentes aos fundos constitucionais conta com o apoio de boa parte dos deputados, sejam da oposição ou do governo, e pode facilitar a votação da proposta.
A Câmara dos Deputados incluiu o projeto do novo marco fiscal na pauta do plenário desta terça-feira, formalizando mais um passo no desenrolar da proposta considerada prioritária pelo governo.
Uma vez na pauta, e também por tramitar em regime de urgência, o projeto tem condições de ser votado ainda nesta terça-feira. A inclusão da proposta na pauta foi divulgada pela Casa.
Reuters