Relatório dos EUA diz que centenas de pessoas foram detidas ou estão desaparecidas em Kherson
Relatório dos EUA diz que centenas de pessoas foram detidas ou estão desaparecidas em Kherson
Reuters
18/11/2022
Por Daphne Psaledakis
WASHINGTON (Reuters) - Centenas de pessoas foram detidas ou estão desaparecidas na região ucraniana de Kherson, que esteve sob controle russo durante boa parte deste ano, e dezenas podem ter sido torturadas, concluíram pesquisadores da Universidade de Yale em um relatório apoiado pelo Departamento de Estado norte-americano.
'A Rússia precisa suspender essas operações e retirar suas forças para encerrar uma guerra desnecessária que não pode e não irá vencer -- não importa o quão deploráveis e desesperadas são suas táticas', afirmou o Departamento de Estado em nota acompanhando o relatório.
O documento, visto pela Reuters antes de sua publicação nesta sexta-feira, registra detenções e desaparecimentos de 226 pessoas em Kherson entre março e outubro, um quarto das quais foram supostamente torturadas e cinco que morreram sob custódia ou pouco depois.
Na semana passada, a Rússia retirou suas tropas de um bolsão na margem oeste do Rio Dnipro na Ucrânia, região que inclui Kherson, a única capital regional que Moscou havia capturado desde a invasão ao país vizinho, em fevereiro.
O Laboratório de Pesquisa Humanitária na Escola de Saúde Pública de Yale que produziu o relatório é um parceiro do programa financiado pelo Departamento de Estado chamado de Observatório de Conflitos, lançado em maio para capturar e analisar evidências de crimes de guerra e outras possíveis atrocidades perpetradas pela Rússia na Ucrânia.
A Rússia nega que suas tropas tenham atacado civis ou cometido atrocidades.
O diretor executivo do laboratório, Nathaniel Raymond, disse que o relatório corrobora alertas dos Estados Unidos de antes do conflito sobre o uso de listas de captura e assassinato pelos russos contra civis.
'Essa é a prova mais forte de que isso está acontecendo', disse Raymond.
(Reportagem de Daphne Psaledakis)
Reuters