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Retaliação da China sobre produtos agrícolas dos EUA atinge a soja, fortalecendo Brasil

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Soja em mercado na China

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Por Ella Cao e Naveen Thukral

PEQUIM/CINGAPURA (Reuters) - A retaliação da China nesta sexta-feira contra as novas tarifas dos Estados Unidos deve acelerar o movimento de Pequim em direção a fornecedores alternativos de produtos agrícolas, incluindo o Brasil, uma mudança que começou durante a guerra comercial do primeiro mandato do presidente Donald Trump.

Pequim revelou uma série de contramedidas, incluindo tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos EUA, que se somam às tarifas de 10-15% aplicadas sobre cerca de US$ 21 bilhões em comércio agrícola no início de março.

'É como fechar todas as importações agrícolas dos EUA. Não temos certeza se alguma importação será viável com a tarifa de 34%', disse um trader de uma empresa de comércio internacional com sede em Cingapura que vende grãos e sementes oleaginosas para a China.

'O principal impacto será em produtos como soja e sorgo. Não será tanto sobre o trigo e o milho, já que a China não tem comprado muito trigo e milho dos EUA este ano', acrescentou o trader.

Um comerciante de grãos europeu disse que a União Europeia, que também prometeu retaliar, provavelmente também aplicará tarifas sobre a soja dos EUA.

'É tudo uma questão de soja. Uma grande preocupação é se não houver um acordo antes da nova safra de soja dos EUA', disse o trader, em referência à colheita norte-americana, no segundo semestre.

'Como conclusão geral, toda essa guerra comercial é 'baixista' para os produtos agrícolas dos EUA e 'altista' para outras origens', disse o trader.

As taxas de março aceleraram o afastamento das importações de soja dos EUA e transferiram a demanda para o Brasil, onde uma safra abundante coloca o país no caminho certo para entregar um aumento recorde de importações para a China no segundo trimestre.

'O Brasil será de longe o principal beneficiário, o maior fornecedor que pode substituir a soja dos EUA para a China. Mas outros também poderão se beneficiar, inclusive a Argentina e o Paraguai. Com relação ao trigo, a Austrália e a Argentina devem se beneficiar', disse Carlos Mera, chefe de Pesquisa de Mercado Agrícola do Rabobank.

Sol Arcidiacono, chefe de vendas de grãos na América Latina da HedgePoint Global Markets, disse que os prêmios para a soja sul-americana ficarão mais fortes durante todo o ano, apesar da sazonalidade e das colheitas recordes, à medida que a guerra comercial intensifica.

Ela acrescentou que a geopolítica atual provavelmente impulsionará um aumento na área plantada com soja, principalmente no Brasil, onde a expansão tem desacelerado ultimamente.

Na véspera, os prêmios nos portos brasileiros para a soja dispararam, sinalizando maior demanda pelo produto do Brasil, com o mercado se preparando para um contra-ataque da China.

Na quarta-feira, Trump divulgou uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações a partir de 5 de abril e tarifas mais altas sobre alguns outros países, incluindo 34% sobre a China, levando a guerra comercial global a um ponto crítico.

A China continua sendo o maior mercado para os produtos agrícolas dos EUA, mas as importações de produtos agrícolas dos EUA caíram pelo segundo ano consecutivo, baixando de US$42,8 bilhões em 2022 para US$29,25 bilhões em 2024.

Também na sexta-feira, a China suspendeu as qualificações de importação de sorgo da C&D (USA) Inc., que é de propriedade chinesa, citando problemas fitossanitários.

A China suspendeu as qualificações de importação de carne de frango e farinha de ossos da American Proteins, Mountaire Farms of Delaware e Darling Ingredients.

Além disso, suspendeu as importações de produtos avícolas da Mountaire Farms of Delaware e da Coastal Processing.

(Reportagem de Ella Cao e Lewis Jackson em Pequim, Naveen Thukral em Cingapura e Gus Trompiz e Sybille de La Hamaide em Paris; reportagem adicional de Ana Mano e Roberto Samora em São Paulo)

Escrito por Reuters

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