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Lula diz que problema da Venezuela se resolve com diálogo; espera normalidade diplomática em 2 meses

Lula diz que problema da Venezuela se resolve com diálogo; espera normalidade diplomática em 2 meses

Reuters

23/01/2023

Placeholder - loading - Lula e Maduro participam de homenagem a Fidel Castro, em Cuba, em 2016 03/12/2016 REUTERS/Carlos Barría
Lula e Maduro participam de homenagem a Fidel Castro, em Cuba, em 2016 03/12/2016 REUTERS/Carlos Barría

Atualizada em  23/01/2023

Por Lisandra Paraguassu

BUENOS AIRES (Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira o diálogo como única solução para a crise venezuelana e disse que espera a volta da normalidade diplomática entre o Brasil e a Venezuela dentro de dois meses, após reunião bilateral entre ambos prevista para esta tarde ter sido cancelada.

Lula e Maduro se encontrariam em Buenos Aires às margens de uma reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), mas o presidente venezuelano cancelou sua viagem à capital argentina. Lula afirmou, em entrevista coletiva ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández, que o encontro 'vai ficar para outra oportunidade'.

Lula defendeu Maduro e disse esperar que dentro de dois meses as relações bilaterais entre Brasil e Venezuela sejam retomadas, com aberturas de embaixadas em ambos os países.

'O Brasil vai restabelecer relações diplomáticas com a Venezuela. Nós queremos que a Venezuela tenha embaixada no Brasil, que o Brasil tenha embaixada na Venezuela, e vamos estabelecer a relação civilizada entre dois Estados autônomos, livres e independentes', afirmou.

À noite, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou a concessão de agrément --documento formal para que atue no país-- a Manuel Vicente Vadell Aquino como embaixador da Venezuela no Brasil, após encontro em Buenos Aires entre o ministro Mauro Vieira e o chanceler venezuelano, Yvan Gil.

As relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela foram rompidas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2020. Mesmo antes disso, em março de 2019, Bolsonaro assinou um decreto proibindo a entrada do alto escalão do governo de Nicolás Maduro, incluindo o presidente venezuelano, no Brasil, o que impossibilitou que Maduro comparecesse à posse de Lula.

Sob Bolsonaro, o Brasil reconheceu o líder de oposição Juan Guaidó como presidente autodeclarado da Venezuela, acreditando a embaixadora dele junto ao país --o que agora será revertido.

Lula criticou Guaidó, afirmando que o reconhecimento dele como presidente da Venezuela por diversos países sem ter sido eleito pelo povo foi 'uma coisa abominável para a democracia'.

A Venezuela enfrenta sanções dos Estados Unidos e da União Europeia desde que Guaidó foi reconhecido pelos EUA e aliados ocidentais como o líder legítimo do país por considerarem a reeleição de Maduro em 2018 uma fraude.

'Da mesma forma que sou contra a ocupação territorial russa da Ucrânia, sou contra muita ingerência no processo da Venezuela', afirmou.

'Para resolver o problema da Venezuela a gente precisa resolver com diálogo, e não com bloqueios. A gente vai resolver com diálogos, e não com ameaças de ocupação', disse.

O presidente também voltou a criticar o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba e comemorou a presença do presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, na cúpula da Celac em Buenos Aires. Lula terá uma reunião bilateral com o presidente cubano às margens da cúpula na terça-feira.

'Estou convencido de que a Celac será muito importante para a América Latina', disse Lula ao lado de Fernández.

'Espero que logo logo Cuba possa voltar a um processo de normalidade e se acabe o bloqueio a Cuba que já dura mais de 60 anos, sem nenhuma necessidade... Portanto, o Brasil e os países que compõem a Celac tem que tratar Venezuela e Cuba com muito carinho, e aquilo que a gente puder ajudar a resolver os problemas, nós vamos ajudar.'

(Reportagem de Lisandra ParaguassuTexto de Pedro FonsecaEdição de Flávia Marreiro)

Reuters

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