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ROCK HALL 2025 CELEBRA PLURALIDADE DE ESTILOS EM NOITE HISTÓRICA

CYNDI LAUPER, JOE COCKER, OUTKAST E SOUNDGARDEN FORAM ALGUNS DOS DESTAQUES DA 40ª EDIÇÃO DO ROCK & ROLL HALL OF FAME

João Carlos

10/11/2025

Placeholder - loading - Crédito da imagem: mosaico com fotos publicadas pelos portais TMZ, J.I.D. e Los Angeles Times (foto de Eric Thayer).
Crédito da imagem: mosaico com fotos publicadas pelos portais TMZ, J.I.D. e Los Angeles Times (foto de Eric Thayer).

Uma reunião vibrante de gerações e estilos marcou a noite do Rock and Roll Hall of Fame 2025, realizada no sábado, 8 de novembro, no Peacock Theater, em Los Angeles. A cerimônia, transmitida ao vivo, celebrou o poder duradouro do rock em sua forma mais ampla — misturando vozes lendárias e novas estrelas que, de maneiras diferentes, moldaram a trilha sonora de décadas inteiras.

Entre as grandes homenagens da noite, Cyndi Lauper e Joe Cocker roubaram a cena, cada um à sua maneira: ela, com uma apresentação cheia de energia, cor e emoção; ele, com um tributo que encerrou a cerimônia em tom de apoteose. Se você não assitiu à transmissão, acompanhe a seguir como foi a sequência de discursos e performances que marcaram a 40ª edição do Rock and Roll Hall of Fame.

Como foi a cerimônia

A noite começou pontualmente às 20h (horário da Costa Leste dos EUA), com o público aplaudindo de pé a entrada das Salt-N-Pepa, que abriram a cerimônia recebendo o Musical Influence Award das mãos de Missy Elliott. O duo feminino de hip-hop, pioneiro desde os anos 1980, colocou todo o teatro para dançar com “Push It”, em um número vibrante que mesclou coreografia e atitude — e deixou claro que a força do rap feminino ocupa lugar permanente na história da música.

Logo depois, o clima se tornou mais intimista com a homenagem ao lendário Warren Zevon, apresentada pelo amigo e apresentador David Letterman. A performance, conduzida por The Killers, com participação do guitarrista Waddy Wachtel, reviveu “Lawyers, Guns and Money”, um clássico que traduziu o tom poético e irônico da obra de Zevon. Foi um momento de reverência silenciosa, em que o público ouviu mais do que apenas música — ouviu história.

O palco então se abriu para o Bad Company, introduzido por Mick Fleetwood, do Fleetwood Mac. Apesar da ausência de Paul Rodgers, homenageado por vídeo, a banda teve uma celebração digna com Bryan Adams, Nancy Wilson e Joe Perry (Aerosmith) revezando-se em sucessos como “Feel Like Makin’ Love” e “Can’t Get Enough”. Um lembrete de que o rock clássico, mesmo décadas depois, ainda tem um poder de arrepiar plateias inteiras.

A seguir, o público foi surpreendido com o anúncio da indução dos White Stripes. Iggy Pop apresentou o duo de Detroit com humor e nostalgia, exaltando a química única entre Jack e Meg White. Embora Meg não tenha comparecido, Jack White subiu ao palco visivelmente emocionado e agradeceu “por todos os que acreditam na simplicidade como forma de arte”. Na sequência, Olivia Rodrigo e Feist cantaram “We’re Going to Be Friends”, seguidas do Twenty One Pilots, que transformou “Seven Nation Army” em um hino coletivo — com o público ecoando o riff em coro.

Com o clima já em alta, Chappell Roan entrou para apresentar uma das homenageadas mais aguardadas: Cyndi Lauper. Em um discurso descontraído e espontâneo, a jovem artista celebrou Lauper como “uma força da natureza que sempre desafiou o previsível”. A própria Cyndi subiu ao palco em um dos momentos mais fortes da noite: abriu sozinha com “True Colors”, arrepiou com “Time After Time” (em dueto com Raye) e encerrou com “Girls Just Wanna Have Fun”, acompanhada de Avril Lavigne e novamente das Salt-N-Pepa. Cercada por uma banda inteiramente feminina — com Gina Schock (Go-Go’s) na bateria e Lisa Coleman nos teclados —, Lauper transformou a celebração em um manifesto sobre independência, coragem e igualdade.
“Ser mulher no rock nunca foi sobre se encaixar. Foi sobre ser ouvida”, declarou, aplaudida de pé por minutos.

Depois do colorido pop, o tom se tornou denso e poderoso com o Soundgarden, apresentado por Jim Carrey. O ator, fã declarado da banda, emocionou o público ao relembrar a amizade com Chris Cornell e a herança que o grupo deixou para o grunge e o rock alternativo. O palco ganhou guitarras distorcidas e um clima intenso: Taylor Momsen (The Pretty Reckless) assumiu os vocais em “Rusty Cage”, seguida de Brandi Carlile em “Black Hole Sun”, e, em um dos momentos mais comoventes da noite, Toni Cornell, filha de Chris, cantou “Fell on Black Days” ao lado de Nancy Wilson. Foi o tipo de homenagem que silencia uma plateia — e a emoção tomou conta do teatro.

O segmento seguinte foi um dos mais esperados: a indução de Outkast, apresentada por Donald Glover (Childish Gambino). O ator e músico descreveu a dupla como “os Beatles do sul dos Estados Unidos”. Big Boi subiu ao palco acompanhado de Doja Cat, Tyler, The Creator, Janelle Monáe, Killer Mike e JID em uma sequência explosiva de “ATLiens”, “Ms. Jackson”, “B.O.B.” e “Hey Ya!”.
André 3000, embora não tenha cantado, fez um discurso que arrancou lágrimas e risadas: “Às vezes, não sabíamos o que estávamos fazendo. Só sabíamos que era diferente. E, aparentemente, isso era o suficiente.” O público respondeu com uma das ovações mais longas da noite.

E então, o grande encerramento: o tributo póstumo a Joe Cocker, apresentado por Bryan Adams. A Tedeschi Trucks Band abriu o bloco com “The Letter”, seguida por Teddy Swims com uma versão rasgada de “Feelin’ Alright”. No final, o palco se encheu de artistas — entre eles Cyndi Lauper, Nathaniel Rateliff e Chris Robinson (The Black Crowes) — para cantar “With a Little Help From My Friends”, sob uma chuva de aplausos e lágrimas. Foi o tipo de encerramento que faz o público se levantar, unindo gerações e estilos num mesmo refrão.

Ao fim de quatro horas e meia de espetáculo, ficou evidente que o Rock and Roll Hall of Fame 2025 não se limitou a premiar nomes históricos. A cerimônia serviu como um retrato vibrante da música como linguagem universal — capaz de cruzar décadas, misturar gêneros e manter vivo o espírito da rebeldia criativa.

O especial completo está disponível no Disney+, e a transmissão televisiva vai ao ar pela ABC no dia 1º de janeiro, com reprise no Hulu no dia seguinte. Uma noite inesquecível, que confirmou mais uma vez: o rock ainda tem muito a dizer — e todos os ritmos que ele inspirou também.

Nota do Editor

Com 40 anos de história, o Rock and Roll Hall of Fame se reafirma como uma das cerimônias mais simbólicas do mundo da música. A edição deste ano, realizada em Los Angeles, confirmou uma transformação que já vínhamos observando: o evento está totalmente adaptado ao novo tempo — um tempo de pluralidade sonora, representatividade e integração entre estilos.

O que antes era um espaço quase exclusivo de guitarras, hoje se abre para um espectro mais amplo de expressões artísticas. A inclusão de nomes que transitam pelo pop, pelo hip-hop, pelo rhythm and blues e até por gêneros híbridos mostra que o conceito de “rock” deixou de ser um rótulo — passou a ser uma atitude criativa, uma forma de resistência e autenticidade que atravessa gerações.

Ver nomes como Cyndi Lauper e Joe Cocker lado a lado de Outkast e Salt-N-Pepa reforça essa nova leitura: a de que o rock sempre foi feito de reinvenções. A cerimônia de 2025 não apenas celebrou o passado, mas também refletiu o presente da indústria, onde fronteiras entre estilos se tornaram cada vez mais fluidas — e onde o que realmente importa é o impacto que cada artista causa na cultura e na emoção do público.

Mais do que uma lista de homenageados, a noite do Rock Hall 2025 foi um retrato do espírito vivo da música — diverso, inquieto e em constante transformação.

Confira alguns dos momentos que marcaram o evento clicando AQUI.

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