Rússia diz querer acordo de paz de longo prazo com Ucrânia, não cessar-fogo rápido apoiado pelos EUA
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(Reuters) - A Rússia quer um acordo de paz de longo prazo com a Ucrânia que aborde o que considera as causas fundamentais do conflito, e não um rápido cessar-fogo apoiado pelos Estados Unidos seguido de um rápido reinício dos combates, disse um diplomata russo sênior à agência de notícias RIA.
Em uma entrevista divulgada na segunda-feira, no terceiro aniversário da travessia de dezenas de milhares de tropas russas para a Ucrânia por ordem do presidente Vladimir Putin, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse que Moscou está atrás de um acordo com a Ucrânia que resista ao teste do tempo.
'Podemos reconhecer com bastante confiança o desejo do lado americano de avançar em direção a um cessar-fogo rápido', disse Ryabkov, segundo a RIA.
'Mas ... um cessar-fogo sem um acordo de longo prazo é o caminho para uma rápida retomada dos combates e uma retomada do conflito com consequências ainda mais graves, incluindo consequências para as relações russo-americanas. Não queremos isso.'
'Precisamos encontrar uma solução de longo prazo, que, por sua vez, deve necessariamente incluir um elemento de superação das causas fundamentais do que vem acontecendo na Ucrânia e em seus arredores', disse Ryabkov.
As conversações entre Rússia e EUA realizadas em Riad na semana passada, que, segundo Moscou, concordaram em trabalhar na restauração dos laços bilaterais e na preparação para as conversações sobre a Ucrânia, não ofereceram maior clareza sobre o plano de paz do presidente Donald Trump para a Ucrânia, segundo Ryabkov.
Ele repetiu a posição de Moscou de que não teve escolha a não ser lançar o que chama de sua 'operação militar especial' na Ucrânia -- algo que a Ucrânia e o Ocidente chamam de uma brutal guerra de conquista no estilo colonial -- por causa do que ele disse ser a expansão 'desenfreada' da aliança da Otan para o leste.
Ele também se queixou do que chamou de atropelamento dos direitos da população de língua russa na Ucrânia, repetindo uma alegação que Kiev nega.
(Reportagem de Andrew Osborn, em Londres, e Lidia Kelly, em Melbourne)
Escrito por Reuters
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