Rússia sinaliza intenção de revogar ratificação do tratado de proibição de testes nucleares
Rússia sinaliza intenção de revogar ratificação do tratado de proibição de testes nucleares
Reuters
06/10/2023
Por Guy Faulconbridge
MOSCOU (Reuters) - A Rússia indicou nesta sexta-feira que estava se movendo rapidamente para revogar sua ratificação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), depois que o presidente Vladimir Putin sinalizou a possibilidade de retomar os testes nucleares.
Putin disse na quinta-feira que a doutrina nuclear da Rússia - que estabelece as condições sob as quais ele pressionaria o botão nuclear - não precisava ser atualizada, mas que ele ainda não estava pronto para dizer se Moscou precisava ou não retomar os testes nucleares.
O chefe do Kremlin disse que a Rússia poderia considerar a possibilidade de revogar a ratificação do CTBT, já que os Estados Unidos o assinaram, mas não o ratificaram.
O principal parlamentar da Rússia, Vyacheslav Volodin, afirmou então que a câmara baixa do parlamento, Duma, consideraria rapidamente a necessidade de revogar a ratificação do tratado pela Rússia.
Os comentários de Putin e Volodin sugerem que a Rússia está pensando seriamente em revogar a ratificação do tratado, que proíbe explosões nucleares por todos, em qualquer lugar.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o objetivo seria chegar a um 'denominador comum' entre a Rússia e os Estados Unidos. 'Isso não constitui uma declaração de intenção de realizar testes nucleares', afirmou ele aos repórteres.
No entanto, Putin havia sinalizado essa possibilidade em seus comentários na quinta-feira. 'Como regra geral, dizem os especialistas, com uma nova arma - você precisa ter certeza de que a ogiva especial funcionará sem falhas', disse Putin.
A retomada dos testes nucleares por Rússia, Estados Unidos ou China poderia indicar o início de uma nova corrida armamentista nuclear entre as grandes potências que interromperam os testes nucleares nos anos que se seguiram ao colapso da União Soviética em 1991.
Reuters