Scania prepara centro de 2 bilhões de euros na China
Scania prepara centro de 2 bilhões de euros na China
Reuters
26/05/2025
Por Luciana Magalhaes
SÃO PAULO (Reuters) - A marca sueca de caminhões Scania lançará um centro de produção de 2 bilhões de euros na China em outubro, sua terceira base global, ao lado das fábricas do grupo na Suécia e no Brasil, disse o presidente-executivo global, Christian Levin.
A nova fábrica chinesa atingirá uma capacidade de produção de 50 mil veículos - quase o dobro das 30 mil unidades que a instalação da Scania produziu no Brasil em 2024 - ao mesmo tempo em que aumentará a demanda por peças fabricadas na América do Sul, disse Levin, que também dirige o grupo Traton, cujo portfólio inclui as marcas Scania, MAN, International e Volkswagen Caminhões e Ônibus.
A Scania também está dando início a um novo ciclo de investimento de quatro anos no Brasil, que se tornou seu segundo centro depois da Suécia no final da década de 1950. O ciclo terá investimento de R$2 bilhões até 2028. Parte do investimento será destinada a iniciativas relacionadas à eletrificação de veículos da marca no país.
Com seus principais centros de produção na Europa e na América do Sul, oferecendo os mesmos produtos em diferentes regiões geográficas, a Scania expandiu sua presença em várias partes do mundo.
'Isso nos tornou muito fortes na América Latina e na Europa, mas somos bastante fracos na Ásia', disse Levin. 'Se um cliente na Ásia quiser comprar um Scania, ele terá de obtê-lo na Europa ou no Brasil, o que significa uma espera de talvez seis ou sete meses.'
O estabelecimento no mercado chinês também dá à Scania acesso à próxima geração de tecnologia de transporte na China.
'Portanto, queremos aproveitar isso', disse ele. 'Queremos fazer parte do ecossistema, queremos estar perto da concorrência.'
A grande aposta da Scania na China ocorre em meio às crescentes tensões comerciais com os Estados Unidos, que Levin chamou de 'prejudiciais para o mundo em geral'.
'Isso afasta-se da ordem mundial e do livre comércio como um mecanismo fundamental para tornar o mundo mais rico e um lugar melhor para se viver', disse ele.
Em contrapartida, Levin mostrou-se otimista em relação às perspectivas do Mercosul, que está buscando ratificar um acordo comercial com a União Europeia. 'Agora, se o Mercosul estiver realmente voltando, isso nos tornará ainda mais fortes.'
Reuters