Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1

Se for votada no Congresso corremos risco de ter a anistia, diz Lula

Se for votada no Congresso corremos risco de ter a anistia, diz Lula

Reuters

04/09/2025

Placeholder - loading - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva  26/08/2025 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 26/08/2025 REUTERS/Adriano Machado

(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu nesta quinta-feira que, caso seja votada no Congresso, a proposta de anistia aos condenados pelo 8 de janeiro pode ser aprovada.

Em conversa com comunicadores e ativistas em Belo Horizonte, transmitida ao vivo pela conta de Lula no Instagram, o presidente disse que a extrema-direita tem força no Congresso, e defendeu que a batalha contra a anistia seja feita também pelo povo.

'É outra coisa que a gente precisa saber, se for votar no Congresso, nós corremos risco da anistia', disse Lula no evento com os comunicadores após um deles gritar 'sem anistia' quando o presidente fez uma crítica aos 'falsos patriotas' que estão nos Estados Unidos pedindo ao presidente dos EUA, Donald Trump, que intervenha no Brasil.

'A extrema-direita tem muita força ainda, então é uma batalha que também tem que ser feita pelo povo', acrescentou Lula, afirmando que, embora o Congresso atual tenha ajudado o governo aprovando matérias de interesse do Executivo, o Legislativo 'não foi eleito pela periferia'.

Lula tem criticado o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se mudou para os EUA e tem feito campanha para que o governo Trump imponha sanções ao Brasil e a autoridades brasileiras.

Trump impôs uma tarifa comercial de 50% sobre vários produtos brasileiros além de sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado. Trump chama o caso contra Bolsonaro de 'caça às bruxas'.

As declarações de Lula sobre a possibilidade de uma anistia no Congresso vêm em meio ao julgamento de Bolsonaro na Primeira Turma do STF, iniciado nesta semana e com ampla expectativa de condenação do ex-presidente.

A fala do presidente também vem em meio às articulações de parlamentares do centrão e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afilhado político de Bolsonaro, para pressionar pela votação do projeto de anistia ampla aos envolvidos com a tentativa de golpe de Estado do 8 de janeiro, com os olhos já na eleição nacional de 2026.

Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), resiste, a pressão dos partidos do Centrão vem aumentando para que a urgência e a proposta sejam colocadas em votação imediatamente após a conclusão do julgamento de Bolsonaro, o que deve acontecer na próxima semana.

A tentativa de um projeto de anistia que inclua também Bolsonaro tem poucas chances de prosperar -- seja porque não deve passar no Senado, como já avisou o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), seja porque pode ser vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou considerado inconstitucional pelo STF.

No entanto, o envolvimento direto de Tarcísio na empreitada mostraria a fidelidade do governador a Bolsonaro, que está atualmente inelegível até 2030 por duas decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tarcísio é apontado como provável candidato da direita na eleição presidencial do ano que vem, quando Lula deve tentar a reeleição, mas é muitas vezes alvo de críticas do entorno de Bolsonaro, especialmente de Eduardo recentemente.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)

Reuters

Compartilhar matéria

Mais lidas da semana

 

Carregando, aguarde...

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.