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Se houver alteração de curso, BC não terá problema em subir ou ajustar Selic, diz Nilton David

Se houver alteração de curso, BC não terá problema em subir ou ajustar Selic, diz Nilton David

Reuters

09/10/2025

Placeholder - loading - Sede do Banco Central em Brasília 11/06/2024 REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central em Brasília 11/06/2024 REUTERS/Adriano Machado

Atualizada em  09/10/2025

(Reuters) - O diretor de Política Monetária​ do Banco Central, Nilton José David, afirmou nesta quinta-feira que a instituição não terá 'nenhum problema' em subir novamente a Selic se necessário, mas reiterou a mensagem de manutenção da taxa básica em 15% por um período prolongado.

Em participação em evento da Câmara Espanhola, em São Paulo, David afirmou que o ciclo de política monetária atual está diferente de outros ciclos, citando o nível de incerteza 'bastante maior'.

'Neste cenário de incerteza, a condução da política monetária que se requer é algo mais restritivo do que se teria em outros casos', pontuou David, acrescentando: 'Se houver alguma alteração do curso, não teremos nenhum problema em ou subir, ou ajustar.'

David afirmou ainda que a decisão tomada pelo BC de interromper as elevações da Selic demanda um período mais prolongado de estabilidade da taxa básica, para que a inflação seja trazida à meta.

'Esse 'bastante' (prolongado) é basicamente o trade-off de não termos ido além dos 15%', disse David.

O centro da meta contínua de inflação do Banco Central é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Na manhã desta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA, o índice oficial de inflação, subiu 0,48% em setembro, abaixo do 0,52% projetado por economistas consultados pela Reuters. Em 12 meses até setembro a inflação atingiu 5,17%, ante projeção de 5,22%.

Ao avaliar o cenário atual, David lembrou que o Brasil passou por quatro anos de crescimento econômico 'bastante robusto' e 'além do esperado' e que a atividade ainda está acima do potencial, mas que o BC espera que haja alguma moderação.

'O cenário prospectivo é de arrefecimento deste crescimento, o suficiente para trazer a inflação para a meta', disse David, acrescentando que a inflação está 'razoavelmente contida', ainda que acima do intervalo de tolerância da meta.

O diretor defendeu ainda que a decisão de julho de interromper o processo de elevações da Selic -- em um momento em que muitos agentes ainda enxergavam a necessidade de mais altas até que as expectativas de inflação caíssem mais -- foi 'muito bem aceita' pelo mercado.

Em outro momento, o diretor lembrou que as expectativas de inflação do mercado no relatório Focus trazem informações não consideradas pelo BC em suas projeções, como alterações do cenário fiscal e a movimentação da política comercial norte-americana.

David afirmou que o BC não quer 'correr o risco de reagir a ruídos' e que não vai 'colocar volatilidade no mercado'.

(Reportagem de Fabrício de Castro)

Reuters

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