Secretário de Defesa dos EUA se diz confiante de que militares brasileiros irão respeitar eleições de outubro
Secretário de Defesa dos EUA se diz confiante de que militares brasileiros irão respeitar eleições de outubro
Reuters
27/07/2022
Atualizada em 27/07/2022
Por Phil Stewart
BRASÍLIA (Reuters) - O secretário de Defesa do governo dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou nesta quarta-feira que o ministro da Defesa do Brasil disse a ele que as Forças Armadas do país estão focadas em providenciar segurança para garantir eleições 'seguras e transparentes' em outubro.
'O ministro brasileiro da Defesa comentou que está muito focado em providenciar segurança para garantir que eles irão conseguir conduzir uma eleição segura e transparente', disse Austin após comparecer a uma reunião entre ministros da área de Defesa do hemisfério ocidental em Brasília.
'Ele parece confiante em sua habilidade de providenciar segurança', disse o secretário a jornalistas.
A lealdade dos militares à Constituição se tornou uma questão central antes das eleições presidenciais no Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem tentado gerar dúvidas sobre a confiabilidade do sistema eletrônico de votação.
Austin também comentou de maneira geral sobre a importância do firme controle das Forças Armadas pelos civis na região.
'Eu apenas ressaltaria que é especialmente vital que as Forças Armadas realizem com responsabilidade seus deveres durante as eleições', disse Austin, em uma declaração que provavelmente será repercutida no Brasil antes das eleições em 2 de outubro.
Durante a conferência, Austin disse a ministros do continente americano que o papel apropriado dos militares em uma sociedade democrática envolve 'a proteção da democracia, o respeito à vontade do povo e a defesa dos direitos humanos e do Estado de direito'.
O questionamento de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral do Brasil levantou preocupações de que ele possa se recusar a aceitar uma derrota em outubro, seguindo o exemplo do ex-presidente dos EUA Donald Trump. A vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Bolsonaro chegou a quase 20 pontos em algumas pesquisas eleitorais.
Ex-capitão do Exército, Bolsonaro baseou grande parte de sua carreira política na nostalgia da ditadura militar brasileira de 1964-1985, menosprezando o Congresso e os tribunais. No governo, preencheu boa parte da administração com oficiais da reserva e da ativa das Forças Armadas.
Neste mês, ele disse a diplomatas que os militares brasileiros deveriam ser chamados para ajudar a garantir a transparência nas eleições. Bolsonaro tem pressionado as autoridades eleitorais a aceitar uma contagem paralela de votos a ser realizada pelas Forças Armadas, o que já foi descartado.
Reuters