STF dá 24 horas para Telegram indicar representante legal no Brasil sob pena de suspensão
STF dá 24 horas para Telegram indicar representante legal no Brasil sob pena de suspensão
Reuters
26/05/2023
Atualizada em 26/05/2023
BRASÍLIA (Reuters) -O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta sexta-feira que o Telegram indique, em 24 horas, seu representante legal oficial no Brasil, sob a pena de suspensão de seu serviço no país por um prazo inicial de 48 horas.
O Telegram também pode ser punido com multa diária de 500 mil reais caso não cumpra a determinação do Supremo.
Algumas horas após a decisão do ministro, o jornal O Estado de S.Paulo informou que o Telegram respondeu ao pedido do ministro e indicou um escritório de advocacia em São Paulo para representar o aplicativo no Brasil.
Procurado pela Reuters, o Telegram ainda não se manifestou ou confirmou a informação.
A decisão de Moraes foi tomada no inquérito que apura a atuação de diretores do Telegram e do Google em suposta campanha contra o projeto de lei que ficou conhecido como PL das Fake News, informou o STF em publicação no Twitter.
Ainda segundo o STF, o ministro foi informado de que o antigo representante judicial do Telegram já não respondia mais pela empresa.
O inquérito do STF foi aberto a pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que provocou a Procuradoria-Geral da República. Lira é um dos defensores da votação do PL das Fake News, mas teve seus esforços frustrados no início deste mês, quando a Casa adiou a votação do projeto que propõe a regulação das plataformas digitais no país.
A proposta vem sendo alvo de pressão das big techs, que usaram suas plataformas para veicular textos contrários ao PL.
O relator do projeto, deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), já disse que pretende apresentar um novo parecer em cerca de uma semana, na esperança que o Congresso aprecie a proposta antes que o STF julgue um outro processo sobre o tema, que discute a constitucionalidade de artigo do Marco Civil da Internet sobre responsabilização de plataformas.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Ricardo Brito; edição de Isabel Versiani e André Romani)
Reuters