Suprema Corte dos EUA mantém lei de verificação de idade em redes sociais do Mississippi
Suprema Corte dos EUA mantém lei de verificação de idade em redes sociais do Mississippi
Reuters
14/08/2025
Por Mike Scarcella
WASHINGTON (Reuters) - A Suprema Corte dos EUA se recusou nesta quinta-feira a suspender uma lei do Mississippi que exige a verificação da idade dos usuários de plataformas de mídia social e o consentimento dos pais no caso de menores de idade, em uma ação movida por um grupo do setor cujos membros incluem o Facebook da Meta, o YouTube da Alphabet e o Snapchat.
Os juízes negaram um pedido da NetChoice para bloquear a lei, enquanto a contestação legal da associação comercial do setor de tecnologia com sede em Washington -- sob o argumento de que a lei viola proteções da Constituição à liberdade de expressão --, é apresentada em tribunais inferiores.
Em uma declaração sobre a decisão do tribunal, o juiz Brett Kavanaugh afirmou que a lei do Mississippi é provavelmente inconstitucional, mas a NetChoice não havia atendeu critérios necessários para bloquear a medida nesse estágio inicial do caso.
Em uma declaração, Paul Taske, codiretor do NetChoice Litigation Center, disse que a opinião de Kavanaugh 'deixa claro que a NetChoice acabará tendo sucesso' em sua contestação. Taske referiu-se à decisão da Suprema Corte como 'um atraso processual infeliz'.
O gabinete do procurador-geral do Mississippi não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A NetChoice recorreu à Suprema Corte após o Tribunal de Apelações do 5º Circuito dos EUA, sediado em Nova Orleans, permitir que a lei entrasse em vigor, apesar de um juiz ter considerado que ela provavelmente entra em conflito com a Primeira Emenda.
A NetChoice entrou com uma ação no tribunal federal em 2024 em uma tentativa de invalidar a lei, aprovada por unanimidade pelo Legislativo estadual em meio à preocupação dos parlamentares sobre os possíveis efeitos negativos do uso de redes sociais na saúde mental das crianças. A solicitação de emergência aos juízes marcou a primeira vez que a Suprema Corte foi acionada para avaliar uma lei de verificação de idade em mídia social.
A lei em questão exige que uma plataforma de mídia social obtenha 'consentimento expresso' de um dos pais ou responsável por um menor antes que a criança possa abrir uma conta. Ela também estabelece que as plataformas de mídia social regulamentadas devem fazer esforços 'comercialmente razoáveis' para verificar a idade dos usuários.
De acordo com a lei, o Estado pode aplicar penalidades civis de até US$10.000 por violação, além de penalidades criminais de acordo com a lei de práticas comerciais enganosas do Mississippi.
(Reportagem de Mike Scarcella)
Reuters