Luigi Mangione se declara inocente de morte de CEO do setor de seguros de saúde
Luigi Mangione se declara inocente de morte de CEO do setor de seguros de saúde
Reuters
23/12/2024
Atualizada em 23/12/2024
Por Jack Queen e Luc Cohen
NOVA YORK (Reuters) - Luigi Mangione, o homem acusado de matar a tiros o executivo Brian Thompson, do UnitedHealth Group, em uma rua de Manhattan, declarou-se inocente nesta segunda-feira das acusações de assassinato apresentadas pelo Estado de Nova York que o classificam como terrorista.
Mangione, de 26 anos, foi escoltado até a sala de audiências do 13º andar do tribunal criminal do Estado de Nova York, no sul de Manhattan, com um oficial de justiça em cada lado e uma procissão de meia dúzia de agentes no encalço. Ele estava algemado e usava um suéter cor de vinho sobre uma camisa de colarinho branca.
Mangione inclinou-se sobre o microfone e disse 'inocente' quando lhe perguntaram como ele se declarava em relação à acusação de 11 crimes -- três de assassinato e assassinato como ato de terrorismo entre elas.
Se condenado, ele pode receber uma sentença máxima de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
O assassinato ousado e a caçada de cinco dias que se seguiu chamaram a atenção dos norte-americanos. Embora autoridades públicas tenham condenado o crime, alguns cidadãos, que criticam os altos custos da saúde e o poder das seguradoras para negar tratamentos médicos, transformaram Mangione em um herói popular.
Mangione foi preso em um restaurante McDonald's em Altoona, Pensilvânia, em 9 de dezembro. Após decidir na semana passada não contestar a extradição, ele foi transferido para Nova York, onde desembarcou de um helicóptero em Manhattan, escoltado por um grande contingente de policiais e pelo prefeito de Nova York, Eric Adams.
Esse espetáculo e outras declarações de autoridades públicas sugerem que Mangione pode não conseguir um julgamento justo, afirmou sua advogada, Karen Friedman Agnifilo, durante a audiência.
'Estão o tratando como se fosse algum tipo de peça política, algum tipo de espetáculo', disse Agnifilo. 'Ele não é um símbolo, ele é uma pessoa que tem direito a um julgamento justo'.
Do lado de fora do tribunal, várias dezenas de pessoas se reuniram, apesar do frio, para expressar apoio a Mangione e protestar contra as empresas de saúde.
Uma pessoa segurava um cartaz com os dizeres 'NEGAR, DEFENDER, DEPOR', palavras que, segundo a polícia, foram gravadas em cápsulas de balas encontradas na cena do crime. As palavras fazem referência às táticas atribuídas às seguradoras para evitar o pagamento de indenizações.
Após uma audiência de 30 minutos, Mangione foi novamente algemado e levado para fora do tribunal. Ele está detido no Metropolitan Detention Center, prisão federal no Brooklyn. O juiz marcou a próxima audiência de Mangione para 21 de fevereiro.
Mangione também responde a uma queixa criminal federal com quatro acusações por perseguir e matar Thompson. Ainda não foi solicitado que ele se declare em relação a essas acusações. A juíza magistrada dos EUA, Katharine Parker, ordenou a detenção de Mangione em uma apresentação em 19 de dezembro sobre essas acusações.
(Reportagem de Jack Queen e Luc Cohen em Nova York)
Reuters