TBT: Nascia hoje a maior voz de todos os tempos, Freddie Mercury

Algumas vozes produzem um verdadeiro efeito de alienação em nós. Elas nos fazem sair do plano mundano medíocre e entrar num outro, de beleza e formas perfeitas – Freddie Mercury definitivamente tinha esse dom.

O cantor é excepcional em inúmeros atributos: performance, magnetismo vocal, técnica, carisma, presença de palco… porém, para além do fato tido como denominador comum de que sua voz é magnífica, foi feito um estudo que explicou o porquê de o artista surtir tanta paixão em tanta gente, de todas as idades, ao redor do mundo inteiro.

O Maior Cantor de Todos os Tempos

Pesquisadores austríacos, tchecos e suecos se reuniram em parceria com a Universidade Palacký Olomouc, da República Tcheca, para realizar uma análise acústica da produção vocal e estilo de canto do vocalista do Queen, com base na análise perceptual e quantitativa de gravações sonoras disponíveis publicamente.

Para investigar a voz do ícone do rock 25 anos após seu falecimento e compreender a forma como ele emitia sons, quatro pesquisadores da voz – Christian T. Herbst, Stellan Hertegard, Daniel Zangger-Borch e Per-Åke Lindestad – realizaram uma análise de seis entrevistas do músico. Além disso, eles recriaram a voz de Mercury utilizando a técnica de Daniel Zangger.

A laringe de Zangger foi capturada em alta velocidade, a 4 mil frames por segundo, revelando que, possivelmente, Mercury tinha a capacidade inata de cantar com sub-harmônicos. Isso indica que suas pregas vocais falsas vibravam em conjunto com as pregas vocais normais.

A formação óssea do rosto de Mercury, que apresentava um dente extra, não apenas conferiu a ele um sorriso distinto, mas também proporcionou uma amplitude vocal superior à média, com um alcance de 37 semitons, o equivalente a quatro oitavas.

A pesquisa também examinou minuciosamente as músicas "Bohemian Rhapsody" e "Love of My Life", chegando à conclusão de que as cordas vocais de Mercury "movimentavam-se de forma mais veloz do que as de muitas pessoas". Em geral, o vibrato, uma técnica vocal, oscila entre 5,4 Hz e 6,9 Hz; no entanto, Mercury executava essa técnica a 7,04 Hz.

Algumas informações interessantes sobre o vocalista do Queen incluem o fato de ele ser um barítono (voz de média gravidade), apesar de ser amplamente identificado como tenor (um tipo de voz masculina mais aguda), uma vez que seu alcance vocal era gigantesco. Essa conclusão foi obtida a partir da análise de seis entrevistas realizadas por Mercury, que revelaram que a frequência de sua voz falada girava em torno de 117,3 Hz, alinhando-o ao naipe médio.

Outro achado notável diz respeito ao vibrato do cantor. Enquanto uma pessoa comum apresenta uma faixa de vibrato entre 5,4 Hz a 6,9 Hz, Mercury atingia 7,04 Hz. Embora essa diferença possa parecer pequena, ela se torna bastante perceptível ao ser ouvida. Além disso, Mercury possuía uma amplitude vocal de 37 semitons, em comparação com os 31 semitons de Luciano Pavarotti e 30 semitons de Montserrat Caballé, por exemplo.

Os pesquisadores concluíram que Mercury possuía talentos vocais excepcionais desde o nascimento, habilidades estas que não podem ser desenvolvidas ao longo da vida, explicando sua capacidade vocal incomparável. Ou seja, o artista era praticamente imbatível.

Freddie Designer

Antes mesmo de se tornar um ícone global, já era evidente que Mercury tinha um talento nato para a música. No entanto, sua dedicação não se limitou apenas ao canto; ele graduou-se em Design Gráfico pelo Ealing Art College, em Londres, em 1969. Naquela época, trabalhava ao lado de Mary Austin, sua namorada que mais tarde se tornaria sua noiva, vendendo roupas no famoso Mercado Kensington.

Em 1970, surgiu a banda Queen, anteriormente conhecida como Smile, formada por Roger Taylor e Brian May. A formação acadêmica de Mercury teve um impacto significativo na criação do logo da banda, chamado Queen Crest, que foi desenhado por ele mesmo.

Os elementos presentes nesse emblema não foram escolhidos aleatoriamente; cada símbolo possui um significado bem definido. A ideia era combinar os signos do zodíaco de todos os integrantes do Queen: os dois leões que representam John Deacon e Roger Taylor, o caranguejo simbolizando Brian May, que é de Câncer, e a figura da virgem representando Freddie Mercury. O "Q" e a coroa fazem alusão ao nome da banda, Queen, enquanto a fênix, que simboliza imortalidade e renascimento, envolve todos os outros elementos do logotipo.

A voz de Freddie Mercury é uma verdadeira dádiva aos ouvidos alheios, capaz de deixar um impacto individual em cada um que ressoa, mas sempre de maneira impactante. O homem, que hoje faria 78 anos, revolucionou a música e permanecerá vivo no coração de muitas gerações por vir, lembrado, oficialmente, como a maior voz de todos os tempos.

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