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Tchecos vão às urnas e candidato favorito promete mais gastos e menos ajuda à Ucrânia

Tchecos vão às urnas e candidato favorito promete mais gastos e menos ajuda à Ucrânia

Reuters

03/10/2025

Placeholder - loading - Andrej Babis, líder do partido ANO, da República Tcheca, vota em Ostrava durante eleição parlamentar no país 03/10/2025 REUTERS/David W Cerny
Andrej Babis, líder do partido ANO, da República Tcheca, vota em Ostrava durante eleição parlamentar no país 03/10/2025 REUTERS/David W Cerny

Por Jan Lopatka e Radan Sprongl

PRAGA/OSTRAVA, República Tcheca (Reuters) - Os tchecos começaram a votar na sexta-feira em uma eleição legislativa que provavelmente destituirá o governo de centro-direita, com as pesquisas apontando como mais provável o retorno do bilionário populista Andrej Babis ao poder com a promessa de aumentar os salários e elevar o crescimento, além de reduzir a ajuda à Ucrânia.

A mudança impulsionaria o campo populista anti-imigração da Europa e poderia complicar o consenso sobre as políticas climáticas.

Os tchecos sofreram picos de inflação após a pandemia global de Covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia, e tiveram uma lenta recuperação de uma das piores quedas na renda real da Europa.

Isso prejudicou a popularidade da coalizão Spolu, do primeiro-ministro Petr Fiala, e de seus aliados no governo, que se concentraram na redução do déficit orçamentário.

Ambos os candidatos fizeram apelos de última hora aos eleitores na sexta-feira, com Babis distribuindo donuts na cidade industrial de Ostrava e dizendo a seus eleitores que não sentissem que algo já estava ganho.

Babis, cujo partido ANO tem uma vantagem de dois dígitos na maioria das pesquisas de opinião, é um aliado do húngaro Viktor Orbán no grupo Patriotas pela Europa no Parlamento Europeu e tem adotado uma linha ambivalente em relação à ajuda à Ucrânia -- uma diferença em relação ao governo de Fiala, que tem apoiado fortemente Kiev desde a invasão do país pela Rússia em 2022.

Embora doando financeiramente menos do que alguns outros países, os tchecos estavam entre os primeiros a fornecer tanques e veículos de combate e criaram a chamada 'iniciativa tcheca', reunindo comerciantes e autoridades de defesa para encontrar milhões de cartuchos de artilharia em todo o mundo para Kiev com financiamento de países ocidentais.

Babis se comprometeu a encerrar o projeto de munição, dizendo que o preço é muito alto. Ele quer que a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia cuidem da Ucrânia.

As seções de votação estarão abertas até as 22h (horário local) desta sexta-feira e das 8h às 14h de sábado, com resultados previstos para a tarde.

As pesquisas de opinião indicaram que o ANO deve ficar com mais de 30% dos votos, cerca de 10 pontos a mais do que a coalizão Spolu, de Fiala.

'Um sucesso seria se ganhássemos e tivéssemos a maioria na Câmara Baixa e um gabinete de partido único', disse Babis.

Isso é improvável, segundo as pesquisas de opinião, o que torna importante o desempenho dos partidos menores.

As relações azedas da ANO com o Spolu e seus aliados significam que o partido pode precisar do apoio de partidos marginais anti-UE e anti-Otan -- o SPD, de extrema-direita, e o Stacilo!, de extrema-esquerda -- para seu gabinete.

Babis rejeitou medidas para sair da UE ou da Otan, incluindo pedidos de referendos, contrariando as acusações do atual governo de que ele tiraria o país de seu rumo democrático pró-ocidental.

Se alguns partidos marginais menores ficarem abaixo do limite de 5% para entrar no Parlamento, isso poderá favorecer os partidos aliados do governo.

Fiala disse que espera que seu governo possa continuar e manter o país 'como parte sólida da Otan e da União Europeia' e em um caminho de crescimento.

A ANO prometeu um crescimento mais rápido, oferecendo salários e pensões mais altos, além de impostos mais baixos e descontos em impostos para estudantes e famílias jovens para atrair apoiadores.

(Reportagem de Jan Lopatka, Jason Hovet e Michael Kahn, em Praga; Radan Sprongl e Kuba Stezycki, em Ostrava, e Radovan Stoklasa e Eva Korinkova, em Brno)

Reuters

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