TCU suspende decisão que obrigava governo a buscar centro da meta fiscal
TCU suspende decisão que obrigava governo a buscar centro da meta fiscal
Reuters
15/10/2025
Atualizada em 15/10/2025
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O Tribunal de Contas da União (TCU) acatou um recurso apresentado pelo governo e suspendeu nesta quarta-feira uma decisão anterior que obrigava o Executivo Federal a buscar o centro da meta fiscal no ano de 2025, segundo decisão da corte de contas vista pela Reuters.
A Advocacia-Geral da União havia argumentado que não permitir o cumprimento da meta fiscal em seu intervalo anterior poderia gerar 'grave risco à execução das políticas públicas a cargo da União'.
Se fosse colocado em prática o entendimento inicial do TCU de que deveria ser dado foco ao centro da meta, o governo poderia ser forçado a ampliar a contenção de verbas de ministérios.
O alvo para 2025 é de déficit primário zero, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), o que corresponde a R$31 bilhões para mais ou para menos.
Em comunicado, a AGU disse que a decisão do TCU, tomada pelo ministro Benjamin Zymler, considerou a 'impossibilidade prática de se proceder a novo contingenciamento orçamentário ainda este ano nas dimensões requeridas para assegurar o cumprimento da determinação desse ponto do acórdão do TCU'.
Ressaltou ainda o 'caráter inédito e a complexidade da matéria', que resultaram em 'entendimentos divergentes tanto no âmbito do Poder Executivo quanto da área técnica do tribunal'.
Pouco depois da decisão do TCU, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, caracterizou a suspensão como positiva e afirmou que o governo tem como objetivo o centro da meta fiscal e não usa subterfúgios para ficar dentro da banda, mas também reconheceu que o tema ainda demanda discussões, inclusive com o Congresso Nacional.
'É bom que tenha suspendido. Nós vamos ter o relatório bimestral em um mês, mais ou menos, pouco mais de um mês a ser apresentado, e é bom que a gente não tenha incerteza jurídica para poder fechar', afirmou.
(Reportagem de Ricardo Brito; reportagem adicional de Victor Borges)
Reuters

