THE WEEKND FAZ HISTÓRIA COM “BLINDING LIGHTS”
A FAIXA SE TORNOU A PRIMEIRA A ROMPER A MARCA DOS 5 BILHÕES DE REPRODUÇÕES NO STREAMING
João Carlos
09/09/2025
Poucas músicas conseguem atravessar gerações e consolidar-se como marco cultural. É exatamente o que acontece com “Blinding Lights”, de The Weeknd, que em 31 de agosto tornou-se a primeira canção da história a ultrapassar 5 bilhões de streams oficiais no Spotfy. Mais do que um número impressionante, trata-se da consagração de um fenômeno pop que nasceu em 2019 e, desde então, se tornou trilha sonora de uma era.
A origem do hit

Crédito da imagem: foto da capa oficial do single “Blinding Lights” do cantor The Weeknd
Lançada em 29 de novembro de 2019, como parte do álbum After Hours, a faixa foi escrita por Abel Tesfaye (The Weeknd) em parceria com Max Martin, Oscar Holter, Jason “DaHeala” Quenneville e Belly (Ahmad Balshe). A produção ficou a cargo da dupla sueca Martin/Holter, sinônimo de perfeição pop há décadas.
Gravada entre Los Angeles e Nova York, “Blinding Lights” carrega o DNA do synth-pop dos anos 1980: bateria pulsante em 4/4, baixo sintetizado marcado, camadas de teclados cintilantes e refrão expansivo. A sonoridade transporta o ouvinte para noites iluminadas por neon, em que o romantismo se mistura ao hedonismo urbano.
Sobre o que fala “Blinding Lights”?
A letra apresenta um narrador em estado de urgência emocional. “I can’t see clearly when you’re gone”, repete The Weeknd, reforçando a metáfora central: as luzes que cegam são também reflexo da falta de clareza sem a pessoa amada.
Há ainda um subtexto sombrio, com alusões a dirigir sob efeito de álcool ou drogas — uma imagem que, segundo o próprio artista, não é autobiográfica, mas sim parte da ficção criada para o personagem de After Hours.
Essa ambiguidade é parte do fascínio: a canção é ao mesmo tempo romântica, trágica e irresistivelmente dançante.
O videoclipe e o universo After Hours
O clipe oficial estreou em 21 de janeiro de 2020, dirigido por Anton Tammi, e integra a narrativa audiovisual do álbum. Nele, The Weeknd surge em uma Las Vegas noturna, ensanguentado, desorientado e eufórico, misturando dança, corridas pelas ruas e alucinações cinematográficas.
Visualmente, o vídeo remete a “Joker”, ao surrealismo de Fear and Loathing in Las Vegas e à estética dos thrillers dos anos 70 e 80. Filmado com câmeras de cinema de última geração, em cenários reais, o videoclipe amplia o conceito da música: a cidade como labirinto hipnótico de prazeres e perigos.Assista abaixo:
Linha do tempo dos bilhões
A ascensão de “Blinding Lights” pode ser medida em marcos históricos:
1 bilhão de streams: 1º de junho de 2020
2 bilhões: 24 de fevereiro de 2021 (faixa mais rápida a alcançar tal marca)
3 bilhões: 15 de junho de 2022
4 bilhões: 12 de janeiro de 2024
5 bilhões: 31 de agosto de 2025 — recorde absoluto
Nenhuma outra canção percorreu esse caminho com tanta velocidade e consistência, reforçando a durabilidade do hit.
O que dizem músicos, produtores e críticos
Para os músicos, “Blinding Lights” é exemplo de composição pop eficiente: harmonia simples em tonalidade menor, melodia de fácil memorização e dois ganchos melódicos (refrão e pós-refrão) que funcionam como cola sonora.
Para os produtores, trata-se de uma obra-prima de design sonoro: arranjo econômico, bateria seca com reverbs característicos dos anos 80, synths cuidadosamente modulados e mixagem cristalina assinada por Serban Ghenea — nome lendário da engenharia de som.
Para os críticos, é a síntese perfeita entre nostalgia e modernidade. Soa retro, mas nunca datado. Constrói uma persona pop — o protagonista trágico de After Hours — que transcende a canção e se torna ícone visual e narrativo.
Por que ela é especial?

Crédito da imagem: capa do single “Blinding Lights”, em versão remix de The Weeknd com participação de Rosalía
“Blinding Lights” não é apenas um hit: é um case de estudo em música pop. Mostra como tradição e inovação podem andar juntas, como o resgate da estética oitentista pode dialogar com uma geração de streaming, e como uma canção pode conquistar tanto pistas de dança quanto playlists intimistas.
É também o símbolo do momento em que The Weeknd deixou de ser apenas um nome de prestígio no R&B e se tornou um dos maiores artistas pop globais da atualidade.
O legado consolidado
Com 5 bilhões de reproduções, “Blinding Lights” é mais do que a música mais ouvida da história do streaming. É um retrato da cultura musical dos anos 2020: global, digital, visual, colaborativa.
E enquanto muitos hits surgem e desaparecem, essa faixa mostra fôlego para permanecer por décadas, como um clássico incontornável.