Trump pede que julgamento de Netanyahu por corrupção seja cancelado
Trump pede que julgamento de Netanyahu por corrupção seja cancelado
Reuters
26/06/2025
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu que Israel perdoe o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ou cancele seu julgamento por corrupção, dizendo que os EUA o salvariam como fizeram com seu país.
Netanyahu foi indiciado em 2019 em Israel por acusações de suborno, fraude e quebra de confiança -- todas negadas por Netanyahu. O julgamento começou em 2020 e envolve três processos criminais. Ele se declarou inocente.
'O julgamento de Bibi Netanyahu deveria ser CANCELADO, IMEDIATAMENTE, ou um perdão dado a um grande herói, que fez tanto pelo Estado (de Israel)', escreveu Trump no Truth Social na quarta-feira, acrescentando que soube que Netanyahu deveria comparecer ao tribunal na segunda-feira.
O líder da oposição, Yair Lapid, disse que Trump não deveria se meter no assunto. 'Com todo o respeito e gratidão ao presidente dos Estados Unidos, ele não deve intervir em um processo legal de um Estado independente', declarou Lapid.
'Espero e suponho que essa seja uma recompensa que ele (Trump) está dando a ele (Netanyahu) porque está planejando pressioná-lo sobre Gaza e forçá-lo a um acordo de reféns que acabará com a guerra', disse Lapid ao site de notícias israelense Ynet.
Trump exaltou Netanyahu como um 'guerreiro', mas também disse em sua postagem: 'Foram os Estados Unidos da América que salvaram Israel, e agora serão os Estados Unidos da América que salvarão Bibi Netanyahu'.
Isso pareceu ser uma referência ao envolvimento e apoio dos EUA aos ataques israelenses contra o programa nuclear do Irã.
Não ficou claro se Trump quis dizer que os EUA poderiam fazer algo para ajudar Netanyahu em sua batalha legal.
O presidente republicano descreveu o processo contra o líder israelense como uma 'caça às bruxas', um termo que Trump tem aplicado com frequência às tentativas dos EUA de processá-lo e o mesmo termo que Netanyahu tem usado para descrever seu próprio julgamento de longa duração.
As palavras calorosas contrastaram com a rara repreensão que ele emitiu na terça-feira sobre os ataques de Israel ao Irã após o cessar-fogo.
(Reportagem de Costas Pitas e Kanishka Singh)
Reuters