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UBS BB vê sinal negativo para renovação de concessões de energia após decretos de saneamento

UBS BB vê sinal negativo para renovação de concessões de energia após decretos de saneamento

Reuters

10/04/2023

Placeholder - loading - Linha de transmissão de energia 20/03/2023 REUTERS/Wolfgang Rattay
Linha de transmissão de energia 20/03/2023 REUTERS/Wolfgang Rattay

(Reuters) - Os decretos editados pelo governo brasileiro para modificar o marco regulatório de saneamento mandam uma sinalização negativa para o setor de energia elétrica, que deverá passar por uma série de renovação de concessões nos próximos anos, segundo análise do UBS BB.

Em relatório divulgado nesta segunda-feira, o banco afirma que os decretos de saneamento assinados na semana passada representam uma sinalização 'importante', pois 'reforçam a intenção do governo de aumentar a participação estatal nos investimentos do setor'.

Algumas das novas regras colocadas para o setor de saneamento alteram pontos importantes da lei 14.026/2020, que havia sido promulgada com o intuito de abrir esse mercado a mais operadores privados.

Uma das mudanças mais controversas é a permissão para que as estatais de saneamento assinem novos contratos de serviço com regiões metropolitanas, aglomerações urbanas ou microrregiões sem a necessidade de licitação. Isso, em tese, permitiria a perpetuação dos chamados 'contratos de programa', firmados pelas estatais sem licitação e que foram vedados pelo novo marco legal.

'Nossa visão é que mudanças similares de instabilidade regulatória poderiam ser muito negativas para o setor de concessionárias de energia', escreveu o analista Giuliano Ajeje, destacando que o setor elétrico brasileiro tem grande participação de capital privado, sobrando poucas concessões estatais, principalmente após a privatização da Eletrobras.

O principal processo que vem sendo monitorado pelo mercado é a expiração de contratos de distribuição de energia a partir de 2025, envolvendo cerca de 20 empresas que atendem quase 60% dos consumidores brasileiros.

O governo ainda não estabeleceu um norte para o futuro dessas concessões --se haverá, por exemplo, uma renovação contratual não onerosa, como ocorreu em 2015 para algumas empresas. A indefinição traz apreensão para o mercado, uma vez que as distribuidoras podem ter dificuldades de financiar seus planos de investimentos à medida que seus contratos chegam ao fim sem uma clareza de continuidade dos negócios.

O assunto vem sendo discutido desde o ano passado, quando chegaram a surgir hipóteses de que a renovação poderia ser onerosa, envolvendo pagamentos de outorga.

Apesar dos temores, executivos de distribuidoras vêm reafirmando a confiança em um processo de renovação não oneroso. No mês passado, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que 'provavelmente não há de se falar de outorga ou onerosidade' nas renovações ou licitações de distribuidoras de energia.

O UBS BB avalia que o Ministério de Minas e Energia poderá propor renovações contratuais com critérios semelhantes aos adotados em 2015, ou seja, sem impor custos adicionais, mas exigindo maior qualidade e investimentos na concessão.

'No entanto, não descartamos a possibilidade de outros ministérios, como o Ministério da Fazenda ou o gabinete da Casa Civil, exigirem custos adicionais nos critérios de renovação', escreveu o banco.

Segundo um acórdão do Tribunal de Contas da União do fim de março sobre monitoramento de ações do governo relacionadas a concessões de distribuição de energia, o Ministério de Minas e Energia deverá abrir uma consulta pública neste mês para tratar da renovação dos contratos vincendos.

A pasta disse ao TCU que a consulta pública disponibilizaria estudos, alternativas e diretrizes que nortearão a agenda de renovação das concessões, com análises das contribuições recebidas até o dia 19 de maio.

(Por Letícia Fucuchima)

Reuters

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