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Ucrânia e Hungria expulsam diplomatas em disputa de espionagem

Ucrânia e Hungria expulsam diplomatas em disputa de espionagem

Reuters

09/05/2025

Placeholder - loading - O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy 06/07/2024 REUTERS/Valentyn Ogirenko
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy 06/07/2024 REUTERS/Valentyn Ogirenko

Por Christian Lowe e Gergely Szakacs

KIEV/BUDAPESTE (Reuters) - A Ucrânia e a Hungria disseram nesta sexta-feira que estão expulsando dois diplomatas cada, após cada lado acusar o outro de se envolver em espionagem.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, anunciou a ação na plataforma de mídia social X, após a agência de segurança SBU de Kiev afirmar que descobriu uma rede de espionagem administrada pelo Estado húngaro para obter informações sobre sua defesa.

O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, disse que a ordem de expulsão de Budapeste ocorreu em resposta ao que ele chamou de 'propaganda' ucraniana.

'Dois diplomatas húngaros devem deixar nosso país em 48 horas. Acabamos de convocar o embaixador húngaro no MFA_Ucrânia e apresentamos a ele a nota relevante', escreveu Sybiha no X em inglês.

'Estamos agindo em resposta às ações da Hungria, com base no princípio da reciprocidade e em nossos interesses nacionais.'

A SBU da Ucrânia disse em um comunicado que havia detido dois agentes suspeitos que, segundo ela, estavam sendo comandados pela inteligência militar húngara.

Foi a primeira vez na história da Ucrânia que se descobriu uma rede de espionagem húngara trabalhando contra os interesses de Kiev, afirmou.

A Hungria faz parte da União Europeia e da Otan, dois blocos com os quais Kiev está intimamente aliada na guerra contra a Rússia, mas as relações entre Kiev e Budapeste têm sido frequentemente tensas.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, tem se mostrado cético em relação à ajuda militar ocidental para a Ucrânia.

Ele também tem mantido relações com Vladimir Putin, o que o coloca em desacordo com a maioria dos outros líderes da UE, que têm procurado isolar o presidente russo desde a invasão da Ucrânia por Moscou em 2022.

A SBU disse que os dois suspeitos eram ex-membros do Exército ucraniano, estavam sob custódia e haviam sido notificados de que estavam sob suspeita de cometer traição estatal.

Segundo a agência, eles foram recrutados por um agente da inteligência militar húngara e receberam dinheiro e equipamentos especiais para comunicação secreta.

O SBU disse que os supostos agentes foram encarregados de passar a seu supervisor detalhes sobre as baterias de defesa aérea da Ucrânia e outras capacidades militares na região de Transcarpathia, no sudoeste da Ucrânia.

DIREITOS LINGUÍSTICOS

A Ucrânia abriga cerca de 150 mil húngaros étnicos, a maioria deles na região de Transcarpathia. O governo de Orbán e Kiev entraram em conflito sobre os direitos linguísticos da comunidade.

Szijjarto disse em uma coletiva de imprensa considerar a ação como propaganda ucraniana que deveria ser tratada com cautela, antes de anunciar que Budapeste havia expulsado da Hungria duas pessoas identificadas como espiões.

'Não toleramos que a Ucrânia lance continuamente tais atos difamatórios contra a Hungria e o povo húngaro', disse Szijjarto em um vídeo no Facebook.

'Portanto, hoje expulsamos da Hungria dois espiões que trabalhavam sob disfarce diplomático na embaixada da Ucrânia em Budapeste.'

Szijjarto acusou a Ucrânia de usar com frequência propaganda anti-húngara infundada.

(Reportagem de Christian Lowe e Tom Balmforth; reportagem adicional de Gergely Szakacs em Budapeste)

Reuters

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