Ultimato aos funcionários federais aumenta tensões entre Musk e equipe da Casa Branca
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Por Nandita Bose e Alexandra Ulmer e Aram Roston
WASHINGTON (Reuters) - Importantes assessores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão buscando conter as disputas na Casa Branca e em toda a administração após o ultimato do bilionário Elon Musk aos funcionários federais para que listem suas realizações ou correm risco de perder seus empregos, disseram três autoridades do governo familiarizadas com as tensões.
Antes do último fim de semana, a Casa Branca estava confiante de que a coordenação havia melhorado entre os funcionários seniores e Musk, disseram duas dessas pessoas. Nas primeiras semanas do novo governo de Trump, algumas autoridades da Casa Branca expressaram preocupação com as táticas do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), de Musk, conforme relatado anteriormente pela Reuters.
A chefe de gabinete Susie Wiles chamou Musk de lado para pedir que ele a informasse sobre seus planos em vez de surpreender sua equipe com decisões importantes, de acordo com duas fontes separadas com conhecimento da conversa, que falaram sob condição de anonimato devido à sensibilidade das discussões.
Depois dessa conversa, Musk começou a manter Wiles informada diariamente sobre as atividades do Doge, afirmou uma das autoridades com conhecimento direto do assunto. A Casa Branca acreditava ter a concordância de Musk de que ele buscaria a aprovação dos secretários de gabinete antes de usar a agência de recursos humanos do governo, o Office of Personnel Management, para enviar emails diretamente aos funcionários federais, disseram duas das autoridades.
Mas o plano parece ter se desfeito rapidamente. Depois que Trump pediu a Musk para 'ser mais agressivo' com o Doge em uma publicação em seu site Truth Social no sábado, o OPM ordenou que os 2,3 milhões de funcionários públicos do país enviassem um email para detalhar suas realizações no trabalho. O email chegou logo depois que Musk postou em seu site de rede social X que não responder à solicitação seria visto como uma demissão, um ultimato que causou comoção em Washington.
Não foram apenas os trabalhadores e algumas autoridades do governo Trump que disseram ter sido pegos de surpresa. A Casa Branca foi novamente surpreendida, desta vez em um dos movimentos mais perturbadores e potencialmente consequentes de Musk, de acordo com as três autoridades.
Trump e Wiles não assinaram o email, disseram essas três pessoas, que falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizadas a falar com a mídia. Musk, no entanto, afirmou em uma reunião de gabinete na quarta-feira que havia perguntado a Trump se sua equipe poderia 'enviar um email a todos, apenas dizendo: ´O que você fez na semana passada?´ O presidente disse que sim. Então, eu fiz isso'.
Musk e um representante do Doge não responderam aos pedidos de comentários sobre suas comunicações com a Casa Branca antes do envio do email.
Em resposta a perguntas da Reuters, a secretária de imprensa da Casa Branca Karoline Leavitt disse em um comunicado que as fontes estão 'erradas' e que a 'Casa Branca não foi pega de surpresa'. Trump aprovou a ideia do email de Musk, e o Doge e o OPM avisaram a Casa Branca, segundo ela.
Ela chamou a 'obsessão' da mídia com Trump, Musk e Doge de 'patética' e disse que isso prova que a mídia ainda está fora de contato com os eleitores norte-americanos.
Escrito por Reuters
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