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Vendas no varejo do Brasil caem menos que o esperado em abril após 3 meses de altas

Vendas no varejo do Brasil caem menos que o esperado em abril após 3 meses de altas

Reuters

12/06/2025

Placeholder - loading - Bomba de combustível em posto de gasolina em Brasília 07/03/2022 REUTERS/Adriano Machado
Bomba de combustível em posto de gasolina em Brasília 07/03/2022 REUTERS/Adriano Machado

Atualizada em  12/06/2025

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro recuaram menos do que o esperado em abril, mas ainda interromperam uma série de três meses seguidos de ganhos em meio a um esperado processo de desaceleração econômica no país diante de condições monetárias restritivas.

Em abril, as vendas varejistas tiveram queda de 0,4% na comparação com o mês anterior, contra expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,8%.

O resultado informado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) marcou ainda a queda mais intensa nas vendas desde junho do ano passado (-0,9%).

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve avanço de 4,8% nas vendas, contra expectativa de alta de 3,4%.

'Está havendo uma desaceleração, após três meses de crescimento. Existe o efeito base, pois o patamar anterior foi recorde. É muito mais difícil subir”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, lembrando que em março o varejo atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000. 'A nossa interpretação é de uma perda na margem, mas não uma mudança de trajetória.'

A expectativa de analistas é de que o setor varejista apresente acomodação no restante do ano, em um cenário de condições financeiras restritas, aperto monetário prolongado e inflação elevada, com destaque para a de alimentos.

O Banco Central volta a se reunir na próxima semana para decidir sobre a taxa básica de juros Selic, atualmente em 14,75% ao ano.

Por outro lado, sustentam o consumo das famílias o mercado de trabalho resiliente e o aumento da massa salarial.

'Os dados sugerem desaceleração tanto pelo motivo renda quanto pelo crédito, com o varejo sensível à renda recuando 0,4% e o sensível à crédito recuando 1,4% no mês', avaliou André Valério, economista sênior do Inter.

'Para os próximos meses, o desempenho do setor dependerá da manutenção do mercado de trabalho em patamar robusto, que tem dado sustentação à demanda. Por outro lado, as condições financeiras mais apertadas devem continuar a restringir o crédito.'

Entre as oito atividades pesquisadas pelo IBGE sobre o varejo, tiveram retração nas vendas Combustíveis e lubrificantes (-1,7%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,3%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,3%).

'O fator inflacionário afeta o setor de super e hipermercados, que é o grupo mais importante e orientador dos movimentos do varejo. A inflação ainda alta e a renda das famílias crescendo menos limitam o orçamento', disse Santos.

Resultados positivos foram registrados por Livros, jornais, revistas e papelaria (1,6%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%), Tecidos, vestuário e calçados (0,6%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,2%).

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças; material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas recuou 1,9% frente a março.

Reuters

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