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Vice na chapa republicana, Vance pode levar trumpismo ao futuro

Placeholder - loading - Candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, lado de seu candidato a vice, J.D. Vance, durante Convenção do Partido Republicano dos EUA em Milwaukee 16/07/2024 REUTERS/Callaghan O'hare
Candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, lado de seu candidato a vice, J.D. Vance, durante Convenção do Partido Republicano dos EUA em Milwaukee 16/07/2024 REUTERS/Callaghan O'hare

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Por James Oliphant

MILWAUKEE (Reuters) - Quando o senador J.D. Vance subir ao palco da Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee, nesta quarta-feira, ele será visto por muitos apoiadores como o recém-ungido herdeiro do movimento de Donald Trump, Make America Great Again (MAGA) ('Fazer a América Grande Novamente', na tradução).

A escolha de Vance, um populista incendiário de 39 anos, como candidato a vice-presidente sinalizou que o ex-presidente, de 78 anos, vê seu movimento como algo que pode se estender além de seu próprio tempo no poder. Se Trump vencer a eleição presidencial de 5 de novembro, ele poderá cumprir mandato apenas até 2029.

A tarefa de Vance nesta quarta-feira e nos meses seguintes será tranquilizar aqueles que duvidam de suas credenciais para representar o movimento e, ao mesmo tempo, trazer eleitores céticos em relação a Trump para o grupo, sendo que ele já comparou Trump a Adolf Hitler no passado, antes de se converter em um defensor ferrenho do ex-presidente.

Erick Erickson, um proeminente comentarista conservador, acredita que Vance, que alcançou fama nacional depois de escrever o livro de memórias 'Era uma vez um sonho', pode fazer isso.

'J.D. Vance pode falar de Trump para pessoas que não entendem Trump', disse Erickson à Reuters em uma entrevista. 'Ele pode explicar sua agenda.'

Segundo ele, essa agenda é, em grande parte, uma forma solta de populismo econômico que se concentra na classe média e favorece um maior envolvimento do governo na economia e procura evitar alianças e envolvimentos no exterior.

O movimento em si é tanto um exercício de branding quanto um termo universal para definir os apoiadores obstinados de Trump. Entre eles estão aqueles que nutrem uma profunda mágoa racial e muitos que seguem sua liderança em questões políticas, independentemente de sua posição no espectro ideológico.

'Nas mãos de Trump, são apenas instintos e impulsos, alguns dos quais emergem das queixas de pessoas brancas', disse Damon Linker, professor de Ciência Política da Universidade da Pensilvânia. 'Mas na (formulação) de Vance, é muito maior do que isso. Ou pelo menos ele quer que seja.'

Vance, formado pela Faculdade de Direito de Yale e ex-empresário, está agora bem posicionado para ajudar a moldar a visão muitas vezes dispersa de Trump em algo coerente para o futuro, disse ele.

Enquanto Trump costuma usar frases simples, mas memoráveis, Vance pode se aprofundar nas nuances das políticas em fóruns conservadores e em longas entrevistas com a imprensa.

'Ele traz um poder de fogo intelectual para o que quer que o MAGA represente', disse Erickson.

Isso pode ser crucial porque o movimento de Trump nunca foi ideológico, mas baseado nos instintos do próprio Trump, disse Linker. Sem o sucessor certo, o movimento poderia morrer com ele.

Os críticos de Trump têm dúvidas e dizem que a força de sua celebridade e personalidade lhe conferiu uma influência que seria quase impossível de ser reproduzida por um possível sucessor.

Escrito por Reuters

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