Vietnã exalta acordo com os EUA como impulso para os negócios enquanto empresas aguardam detalhes
Vietnã exalta acordo com os EUA como impulso para os negócios enquanto empresas aguardam detalhes
Reuters
03/07/2025
Por Phuong Nguyen e Khanh Vu
HANÓI (Reuters) - O Vietnã exaltou nesta quinta-feira o acordo comercial fechado com os Estados Unidos como um avanço e disse que os negociadores estão trabalhando para finalizar os detalhes, conforme grupos empresariais aguardam clareza sobre os pontos mais delicados a fim de avaliar o impacto das novas tarifas.
O acordo, anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na quarta-feira, colocará uma tarifa de 20% sobre exportações vietnamitas e uma taxa de 40% para entregas através de países terceiros.
O pacto é resultado de meses de discussões e de uma série de concessões feitas pelo Vietnã para negociar uma redução nas tarifas que foram inicialmente fixadas em 46%, o que provocou alarme no país, que é dependente de exportações.
'Esse é um importante resultado de negociação, que cria esperança e expectativas para as empresas', disse o ministro das Finanças do Vietnã, Nguyen Van Thang, em uma reunião de gabinete, acrescentando que o país também expandirá relações comerciais 'harmoniosas e sustentáveis' com outros países.
O anúncio foi feito após um telefonema entre Trump e o presidente do Vietnã, To Lam, na quarta-feira. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores vietnamita, Pham Thu Hang, disse que To Lam 'valoriza muito a atenção do presidente Donald Trump ao Vietnã'.
Os EUA são o maior mercado de exportação do Vietnã e os crescentes laços econômicos, diplomáticos e militares dos dois países são uma proteção contra o maior rival estratégico de Washington, a China, uma das principais fontes de importação para Hanói.
Os EUA registraram um déficit comercial de US$123 bilhões com o Vietnã no ano passado, um dos maiores do mundo.
Washington tem pressionado o Vietnã a reduzir o uso de tecnologia chinesa nos dispositivos que monta, o que representa um desafio em um país com limitações na cadeia de oferta e forte dependência de componentes e materiais importados para produtos que variam de televisores e smartphones a roupas e calçados.
Após as ameaças dos EUA de tarifas punitivas, Hanói também tem reprimido algumas importações da China que, segundo Washington, são ilegalmente desviadas pelo Vietnã para evitar tarifas mais altas, sem valor agregado ou com valor insuficiente para justificar os rótulos 'Feito no Vietnã'.
O Ministério do Comércio da China disse que está avaliando o acordo entre os EUA e o Vietnã e que se opõe a qualquer parte que chegue a um acordo às custas dos interesses de Pequim.
Houve uma reação mista de investidores e analistas sobre um acordo descrito pelo governo do Vietnã apenas como uma declaração conjunta para um acordo comercial 'recíproco, justo e equilibrado'.
O Vietnã é a base de produção para empresas multinacionais e os principais detalhes, como regras de origem e definições de produtos fabricados localmente contra produtos de transbordo, ainda não estão claros.
Reuters