Volume de prédios cresce mais do que a população nas grandes cidades brasileiras
Estudo avalia evolução urbana no país entre 1993 e 2020
Publicada em
O volume de construções nas grandes cidades brasileiras cresceu, em média, mais do que a própria população entre 1993 e 2020. A constatação é de um estudo publicado nesta quarta-feira (26) pela WRI Brasil.
Segundo o gerente de desenvolvimento Urbano da WRI, Henrique Evers, o estudo permite entender como cada cidade cresceu a partir do cruzamento de dados demográficos, de uso do solo e de mapeamento do volume das formas urbanas. É possível identidicar, por exemplo, municípios com verticalização e em processo de espraiamento intenso, ou seja, com crescimento horizontal.
Para o estudo, pequenas cidades concentram menos de 500 mil habitantes (143 ou 77% do total), médias contabilizam entre 500 mil e 1 milhão de habitantes (20 ou 11% do total) e grandes contam com mais de 1 milhão de habitantes (22 ou 12% do total).
São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre registraram o maior crescimento na forma vertical.
As grandes cidades também foram as que mais cresceram em volume construído e em ritmo diferente do avanço demográfico. “As grandes cidades estão num processo de estagnação populacional, em alguns casos até redução. Porém, isso não impediu que as cidades continuassem crescendo na sua forma construída, principalmente verticalmente”, disse Evers.
Além da acomodação otimizada da população, o estudo aponta que a alta no volume de construções em descompasso com o crescimento demográfico pode ser justificada pela financeirização do espaço urbano, levando à construção de edificações que permanecem vazias para especulação imobiliária.
Nas cidades médias e pequenas, o comportamento foi diferente, com crescimento predominantemente de forma horizontal. São cidades como Campo Grande, Cuiabá, Natal, Manaus, Palmas e Teresina onde a urbanização ocorreu de forma mais dispersa.
Escrito por Redação, com informações da Agência Brasil
SALA DE BATE PAPO