Volume de serviços prestados no Brasil cresce 0,3% em julho, em linha com o esperado

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O volume de serviços prestados no Brasil cresceu +0,3% em julho sobre o mês anterior, na sexta alta mensal consecutiva do setor, que segue mostrando resiliência em meio ao aperto monetário.

Na comparação com julho do ano passado, os serviços cresceram 2,8%, renovando o ponto mais alto de sua série, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Economistas esperavam alta de 0,3% sobre junho e crescimento de 2,6% na comparação anual, segundo pesquisa da Reuters.

'O setor de serviços se diferencia dos demais, que têm tido uma tração menor', disse o gerente da pesquisa do IBGE, Rodrigo Lobo. 'Setor é muito dinâmico e tem atividades presenciais, não presenciais, digitais, isso ajuda a sustentar o segmento em patamares elevados', acrescentou.

Ele destacou que os serviços, em particular o setor de cargas, não parecem ter ainda sofrido impacto do aumento das tarifas dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, que passou a valer no início de agosto.

De acordo com o IBGE, três das cinco atividades dos serviços pesquisadas tiveram alta em julho, com destaque para informação e comunicação, que avançou 1%. A atividade de profissionais, administrativos e complementares cresceu 0,4% e os serviços prestados às famílias, 0,3%.

Os transportes, por outro lado, sofreram a maior retração (-0,6%), seguidos por outros serviços (-0,2%).

Segundo Lobo, o fraco desempenho de transportes refletiu uma queda das receitas do transporte dutoviário e aéreo -- no segundo caso, a queda se deu após cinco meses seguidos de crescimento, em meio a uma alta dos preços das passagens no mês. Já o setor rodoviário de cargas teve recuperação, com alta de 1%, em meio ao escoamento da safra de grãos, destacou.

O Banco Central, que voltará a se reunir para deliberar sobre os juros na próxima semana, tem destacado sua preocupação com a resiliência da inflação de serviços, conforme o setor opera acima do seu potencial. A expectativa é que a autarquia mantenha a Selic em 15%.

Nos últimos dias, o IBGE mostrou que a produção industrial o as vendas no varejo sofreram queda em julho. Na segunda-feira, o BC divulgará o seu índice de atividade para o mês.