Wall Street recua após novas restrições à exportação de chips nos EUA

(Reuters) - Os principais índices de Wall Street recuavam nesta quarta-feira, com os fabricantes de chips liderando as perdas, depois que a Nvidia sinalizou cobranças acentuadas com os novos controles dos Estados Unidos sobre as exportações de chips para a China, a mais recente escalada na guerra comercial global.

As ações globais de chips sofriam um golpe com a mudança na política comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, que parecia obscurecer as perspectivas das gigantes dos semicondutores e da computação, incluindo a Nvidia e a AMD.

Na terça-feira, o Departamento de Comércio dos EUA emitiu novos requisitos de licenciamento de exportação para os chips de inteligência artificial H20, da Nvidia, e MI308, da AMD, para a China.

A Nvidia disse que enfrenta US$5,5 bilhões em encargos após as restrições, enquanto a AMD disse que espera um impacto de US$800 milhões.

As ações de ambas as empresas despencavam, com a Nvidia caindo 5,5% e a AMD perdendo 5,7%. Outras ações de chips também perdiam terreno, com a Micron Technology recuando 2,5% e a Broadcom em baixa de 3,1%.

O Dow Jones caía 0,49%, a 40.170,00 pontos. O S&P 500 tinha queda de 1,10%, a 5.337,04 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuava 1,88%, a 16.507,01 pontos.

O setor de tecnologia da informação caía 2,6%, enquanto o índice mais amplo de semicondutores recuava 3,3%.

Os controles de exportação são a mais nova tentativa do governo Trump de impedir que semicondutores avançados sejam vendidos para a China.

'Isso criará muita incerteza para as empresas em termos de decisões que elas tomarão', disse Chris Zaccarelli, diretor de investimentos da Northlight Asset Management.

'Eu esperaria que os investidores estejam um pouco menos dispostos a comprar ações de fabricantes de chips, empresas de tecnologia e coisas do gênero até que tenham uma visão mais clara de quais serão as regras finais do caminho.'

Os investidores acompanharão de perto um discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, mais tarde para obter indicações sobre como o banco central dos EUA responderá à volatilidade dos mercados, bem como às preocupações com o crescimento.

(Por Lisa Pauline Mattackal e Purvi Agarwal em Bengaluru)