Ações caem após Powell dizer que crescimento parece desacelerar; Nvidia despenca

Por Caroline Valetkevitch

NOVA YORK (Reuters) - Os índices de ações dos Estados Unidos fecharam em forte queda nesta quarta-feira, com a Nvidia alertando sobre os altos custos decorrentes das novas restrições impostas pelos EUA às exportações de chips para a China e com o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, dizendo que o crescimento econômico norte-americano parece estar desacelerando.

O Dow Jones caiu 1,73%, para 39.669,39 pontos. O S&P 500 perdeu 2,24%, para 5.275,70 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 3,07%, para 16.307,16 pontos.

Powell, em comentários para o Economic Club of Chicago, disse que tarifas maiores do que as esperadas provavelmente significam inflação mais alta e crescimento mais lento. Mas ele destacou que o Fed está aguardando mais dados sobre a direção da economia antes de fazer mudanças na política monetária.

Os comentários do chair do Fed provocaram mais vendas de ações, que já estavam sob pressão de uma queda acentuada nos papéis da Nvidia e de outras fabricantes de chips.

'Powell está confirmando o que tem preocupado investidores, ou seja, a probabilidade de desaceleração do crescimento econômico e de uma inflação mais persistente como resultado das tarifas', disse Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research.

A Nvidia disse na terça-feira que receberá US$5,5 bilhões em encargos depois que o governo dos EUA limitou as exportações de seu chip de inteligência artificial H20 para a China, um mercado importante para um de seus produtos mais populares.

Esse foi um dos últimos acontecimentos na luta comercial entre os EUA e a China. A China aumentou suas tarifas sobre as importações de produtos norte-americanos para 125% na sexta-feira, em uma ação de retaliação depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou efetivamente as tarifas sobre produtos chineses para 145%.

As ações da Nvidia caíram 6,9%, enquanto o índice Philadelphia de semicondutores cedeu 4,1%. As novas restrições dos EUA também afetaram a AMD, cujos papéis recuaram 7,3%.