Veja todas as Notícias.Nina Simone completaria 88 anos: confira a homenagem especial da Antena 1
Relembre a trajetória de uma das maiores vozes do jazz
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Eunice Kathleen Waymon, melhor conhecida como Nina Simone, é uma lenda do piano, e também atuou como compositora e cantora de jazz, blues, soul e gospel. Além de ter sido dona de uma das vozes mais potentes e encantadoras de seu tempo, a artista é um dos maiores símbolos do ativismo pela luta de direitos civis da população negra.
Portanto, hoje é dia de celebrar a vida e carreira dessa extraordinária cantora, que comemoraria seu 88º aniversário. A Antena 1 não poderia deixar a data passar em branco, então confira nosso tributo para essa mulher maravilhosa que fez história no mundo da música.
Vida antes do sucesso
Nascida em Tryon, na Carolina do Norte, Simone é a sexta de oito filhos. A artista, que veio de uma família bastante simples e religiosa, teve seu primeiro contato com a música na Igreja.
Com somente três anos de idade, a pequena Nina começou a se aventurar no piano, tocando canções como “God Be With You” e “Till We Meet Again”. Era claro que a jovem possuía um dom, já que demonstrava conhecimento e um dom natural para com o instrumento. A partir de então, Nina começou a tocar na igreja metodista acompanhando o coral e quando completou doze anos realizou seu primeiro recital.
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O evento foi um grande marco para a pequena pianista, já que a apresentação foi assistida pela professora Muriel Mazzanovich, que foi responsável por auxiliar a garota com seus estudos de iniciação na música clássica, ao criar o Fundo Eunice Waymon. Foi esse o incentivo que possibilitou a continuidade de Nina com seus estudos de piano clássico.
Assim, a artista foi uma das primeiras mulheres negras a ingressar na Escola Julliard (Nova Iorque), uma das mais prestigiadas faculdades de artes que existe. Porém, a musicista não tinha condições financeiras para bancar a instituição, e teve seu pedido de bolsa negado, logo teve que se apresentar em bares para ajudar a família com os custos.
Como seus pais não apoiavam o fato dela trabalhar em bares, a cantora adotou o nome Nina Simone – uma junção de “Niña”, seu apelido dado por seu primeiro namorado, e Simone, da artista francesa Simone Signoret.
Os obstáculos sempre foram presentes na vida e carreira de Simone, mas isso nunca fez com que ela desistisse. Quando ela tentou aplicar para uma bolsa de estudos no Curtis Institute e foi rejeitada devido ao racismo da instituição, teve que tocar piano em um bar em Atlantic City. Foi por insistência do dono do estabelecimento que a jovem começou a cantar ao passo que tocava. Sua voz era tão polida e singular que logo chamou atenção da gravadora Bethlehem e acabou assinando seu primeiro contrato.
Carreira e ascensão
Em 1959 seu álbum de estreia, “Little Girl Blue”, foi lançado pela Bethlehem Records, e uma de suas canções chegou a ficar em uma alta posição no ranking da Billboard nos Estados Unidos.
“I Loves You Porgy”, faixa de George Gershwin, ficou no top 20 das paradas, e é originalmente um dueto de ópera apresentado na Brodway em 1935. Ao som da inigualável Nina, a música toma um ar melancólico, requintado e extremamente profundo.
Confira:
Mesmo se dedicando à sua carreira solo, a pianista ainda precisava apresentar-se em bares cantando blues, jazz, R&B e soul, para conseguir pagar seus estudos de música clássica, sua verdadeira paixão. Com isso, finalmente se formou em 1964 e assinou um contrato com a gravadora Philips.
Seu primeiro álbum com a nova parceria foi o “Nina Simone in Concert” e, pela primeira vez, a estrela conseguiu tomar as rédeas da produção. Nina pode incluir em seu repertório músicas que remetiam às suas origens e temáticas que combatiam a desigualdade social e o racismo que pairava nos EUA dos anos 60.
Em 1969, Nina se apresentou no Harlem Cultural Festival, realizado no Mount Morris Park, um evento anual que contava com diversos concertos de música, nos quais se celebrava a música e cultura afro-africanas.
O festival de 1969 foi eternizado no documentário “Summer of Soul” (2021), uma produção que investiga o festival e todos os grandes nomes que tocaram naquele ano.
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Nos anos 70, Simone passou grande parte do tempo vivendo na Libéria, Barbados, Inglaterra, França, Suíça e Holanda, criando um grande hiato em sua carreira musical e produções. Apesar disso, nos anos 80 voltou com tudo, marcando esse momento com a canção que gravou em 1957, “My Baby Just Care For Me”.
A música foi emblemática para seu retorno aos palcos graças ao comercial do perfume Chanel Nº5, que usou a faixa de trilha sonora, fazendo com que Nina voltasse também ao topo das paradas europeias.
O último álbum de Nina foi gravado poucos anos depois de seu ressurgimento. Claro, a artista fez diversos trabalhos nesse meio tempo, mas “A Single Woman” chegou em 1993, para encerrar com chave de ouro.
Sobre o lançamento o jornal britânico escreveu The Times escreveu: "Apesar das cordas, os sopros, os acordeões franceses ou os tons 'My Way' de muitas dessas músicas, [Simone] fala com honestidade sombria e obstinação, sem vergonha, para muitas pessoas que valorizam tais qualidades acima de profissionalismo ou artifício falsos."
Confira a faixa-título:
Além disso, foi nessa mesma época que a cantora lançou sua autobiografia “I Put A Spell On You: The Autobiography of Nina Simone”, escrita por Stephen Cleary. Publicado em 1992, o livro foi relançado em 2003, após sua morte. A nova edição contava com uma nova capa e uma introdução escrita por Dave Marsh, intitulada “I Know How it Feels To Be Free: Nina Simone 1933–2003".
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Singles de sucesso
Aqui na Antena 1 fazemos questão de manter essa lenda viva, afinal ela era uma mulher que revolucionava por onde quer que passasse. É por isso que quem é Antenado de verdade já sabe de alguns dos hits que vamos recomendar aqui. Fiquem sempre de olho na programação para poder curtir mais trabalhos dessa artista maravilha e imortal!
Confira também a canção com letra e tradução:
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