Tarifas dos EUA anteciparão cortes de juros por Fed e BCE, diz Nomura
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(Reuters) - As tarifas recíprocas anunciadas pelos Estados Unidos impedirão o crescimento econômico e elevarão a inflação, forçando o Federal Reserve a começar a reduzir a taxa de juros a partir do final deste ano, enquanto o Banco Central Europeu poderá cortar os juros já neste mês, disse o Nomura.
O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas abrangentes sobre dezenas de países na quarta-feira, o que intensificou a ameaça de uma guerra comercial e fomentou os temores de uma desaceleração econômica global, ou até mesmo uma recessão.
As tarifas são 'piores do que se temia', disse o Nomura, reduzindo sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA de 1,5% para 0,6% na base trimestral e aumentando de 3,5% para 4,7% sua previsão para o núcleo do índice PCE ao fim do ano, o indicador de inflação preferido do Fed.
Como resultado, a corretora espera que o Fed reduza os juros em dezembro, levando a taxa de juros para 4,125%, seguido por mais dois cortes de 0,25 ponto percentual no primeiro trimestre de 2026.
Anteriormente, o Nomura esperava que o banco central dos EUA mantivesse a taxa na faixa de 4,25% a 4,5% até o segundo trimestre de 2026.
'O aumento dos riscos de queda para o crescimento e um choque inflacionário mais antecipado devem permitir que os cortes sejam retomados mais cedo do que esperávamos', disseram os economistas do Nomura em uma nota na quinta-feira.
Já o BCE será forçado a agir ainda mais rápido do que o Fed, disse o Nomura, uma vez que as tarifas de Trump efetivamente aumentarão as taxas para 20% na União Europeia.
A corretora, em uma nota separada na quinta-feira, previu uma inflação incerta para a região e reduziu sua previsão de crescimento em 20 pontos-base.
Como resultado, o Nomura agora espera que o BCE corte os juros em abril e junho - em vez de apenas em junho - resultando em uma taxa terminal de 2,00%, em vez dos 2,25% previstos anteriormente.
(Por Joel Jose em Bengaluru)
Escrito por Reuters
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